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Sandro Silva, do Dieese. continua após a publicidade |
Depois da alta de 0,75% em junho, a cesta básica voltou a cair em Curitiba no mês passado, com variação de -1,81%. Dois produtos foram decisivos no resultado: o tomate, com queda de 21,51%, e a batata, com redução de 16,46%. Caso os preços dos dois itens tivessem permanecido estáveis, ao invés de deflação haveria alta de 1,20% na cesta básica da capital paranaense.
Com o resultado de julho, os alimentos acumulam no ano queda de 0,08% e, nos últimos 12 meses, alta de 6,33%. Os dados foram divulgados ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, regional Paraná (Dieese-PR).
Segundo o economista Sandro Silva, do Dieese-PR, a queda tanto no preço do tomate como no da batata está relacionada ao período de safra e conseqüente aumento da oferta desses produtos. A redução foi praticamente generalizada: o preço do tomate caiu em 13 das 16 capitais pesquisadas pelo Dieese, enquanto a batata caiu em oito de nove capitais pesquisadas. A redução do preço do tomate em Curitiba ocorreu depois de sucessos aumentos. Entre fevereiro e maio, o produto ficou 123,7% mais caro, com o quilo passando de R$ 0,76, em média, para R$ 1,70. No mês passado, o quilo era vendido em média por R$ 1,32.
Dos 13 itens que compõem a cesta básica de Curitiba, sete registraram aumento no preço e seis, queda. Além do tomate e da batata, ficaram mais baratos o café (queda de 7,33%), o açúcar (-3,03%), o óleo de soja (-0,44%) e o pão (-0,23%).
Por outro lado, a manteiga registrou a maior alta (10,82%), seguida pelo leite (8,51%). ?O leite está subindo desde março. Em fevereiro, o litro do leite tipo C custava, em média, R$ 1,08 e em julho, R$ 1,53?, apontou Silva. De março a julho, o produto ficou 41,67% mais caro. A alta está relacionada ao aumento da cotação do leite no mercado internacional, aumento das exportações, redução da oferta e à questão climática. Em julho, 14 das 16 capitais pesquisadas registraram aumento no preço do produto.
Outros itens que pressionaram a cesta básica foram o feijão (alta de 6,82%), arroz (2,94%), farinha de trigo (2,35%), banana (0,61%) e carne (0,33%). A alimentação para uma família de quatro pessoas em Curitiba custou R$ 503,55 em julho.
Terceira maior queda
Em nível nacional, a cesta básica subiu em nove capitais e caiu em outras sete. João Pessoa (PB) registrou a maior alta, de 7,07%; na ponta contrária, Fortaleza (CE) teve a maior queda, de 4,40%. Curitiba, com variação de -1,81%, foi responsável pela terceira maior queda. Quanto ao preço, a cesta básica da capital paranaense foi a sexta mais cara do País, a R$ 167,85. A mais cara foi registrada em Porto Alegre (R$ 200,97) e a mais barata, em Fortaleza (R$ 130,83). Segundo o Dieese, o salário mínimo brasileiro deveria ser de R$ 1.688,35.
Produtos de limpeza subiram e os de higiene registraram queda
Os produtos de limpeza registraram alta de 1,97% em julho, na comparação com junho, em Curitiba, com aumento no preço do sabão em pó (1,28%), água sanitária (7,09%), esponja de louça (4,78%) e sabão em barra (2,23%). Já os produtos de higiene ficaram mais baratos (queda de 1,86%), sob a influência do sabonete (-5,82%), bronzeador (-10,74%), condicionador (-5,68%) e xampu (-4,96%). A pesquisa de preços foi realizada pelo Dieese-PR, em parceria com a Federação dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação do Paraná (Feaconspar).
No ano (janeiro a julho), os artigos de limpeza acumulam alta de 3,11% em Curitiba, enquanto os de higiene, aumento de 2,32%. ?O que percebemos é uma grande oscilação de preços de um mês para outro?, destacou Sandro Silva, do Dieese-PR.
Além da variação mensal, o Dieese-PR pesquisa a diferença de preços entre vários supermercados. Nessa comparação, o balde continua sendo o produto com maior diferença entre um estabelecimento e outro (400%), seguido pelo pano de chão (105,24%), desinfetante (66,67%) e sapólio em pó (64,06%). Já entre os artigos de higiene, as maiores variações foram verificadas no xampu (84,65%), desodorante (76,06%) e creme dental (74,25%).