O preço da cesta básica em julho caiu em 11 das 18 cidades pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Segundo a Pesquisa da Cesta Básica de Alimentos, divulgada nesta quinta-feira, 6, as maiores retrações foram registradas em Belém (-4,76%), Manaus (-3,27%), Natal (-3,03%) e Recife (-2,87%). Por outro lado, registraram aumento no valor do conjunto de bens alimentícios básicos Aracaju (3,64%), Fortaleza (2,28%), Belo Horizonte (1,85%), Rio de Janeiro (0,96%), São Paulo (0,78%), Curitiba (0,16%) e Vitória (0,02%).
Nos sete primeiros meses do ano, na comparação com o mesmo período de 2014, todas as cidades acumularam altas no preço da cesta básica, que variaram de 6,28%, em Manaus, a 18,70%, em Fortaleza e Salvador.
No acumulado de 12 meses até junho, a situação é a mesma, com todas as cidades mostrando elevação do preço na cesta básica. Os principais destaques neste recorte são Aracaju (19,07%), Campo Grande (18,24%) e Brasília (17,98%). Por outro lado, os aumentos menos significativos foram em Manaus (4,28%) e Recife (4,46%).
Em valores, o maior custo da cesta básica em junho foi registrado em São Paulo (R$ 395,83), seguido por Porto Alegre (R$ 383,22), Florianópolis (R$ 376,69) e Rio de Janeiro (R$ 372,24). Já os menores valores médios ficaram em Aracaju (R$ 285,44), Natal (R$ 293,58) e João Pessoa (R$ 306,53).
De acordo com cálculos do Dieese, em julho o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas, segundo conceitos firmados na Constituição, deveria equivaler a R$ 3.325,37, ou 4,22 vezes mais do que o valor do salário mínimo atual, de R$ 788,00. Em julho do ano passado, o valor necessário para atender às despesas de uma família chegava a R$ 2.915,07 ou 4,03 vezes o salário mínimo então em vigor (R$ 724,00).
Produtos
Os produtos que mais influenciaram a elevação no preço da cesta básica em junho, conforme o Dieese, foram pão francês, açúcar, leite e carne bovina. Já o óleo de soja e o tomate tiveram retração de valor na maioria das capitais.
O pão francês ficou mais caro em 16 das 18 capitais – o produto subiu de 0,09%, no Rio de Janeiro, a 4,24%, em Belo Horizonte. Em 12 meses, todas as cidades mostraram elevação no preço do pão, com taxas indo de 3,62%, em Goiânia, a 31,83%, em Aracaju. “Chuvas na região Sul destruíram parte da lavoura de trigo, o que diminuiu a oferta nacional. Por outro lado, o trigo importado ficou mais caro, uma vez que o real está desvalorizado. Os reajustes das tarifas de água e luz também têm influenciado o aumento do produto”, explicou o Dieese, em nota.