A tendência de queda no abate de bovinos no País não será revertida no curto prazo, afirmou hoje o técnico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Octávio Costa de Oliveira, responsável pela pesquisa de produção animal divulgada nesta sexta-feira (27) pelo instituto. Com a manutenção dessa tendência e dos problemas internacionais de abastecimento e de aumento da demanda, a perspectiva é que os preços da carne bovina também prossigam em alta.

continua após a publicidade

Oliveira explicou que desde 2003 teve início um abate excessivo de fêmeas no País, em momento em que os criadores estavam desestimulados pelos baixos preços. O problema é que hoje, mesmo com os preços elevados, o abate de fêmeas prossegue em alta, o que diminui a capacidade de reprodução do rebanho e reduz a oferta de bovinos no mercado.

Enquanto no período de 1997 a 2002, de todos os bovinos abatidos 32% eram vacas, o porcentual das vacas chegou a 37% em 2003, saltou para 44% em 2006 e, no primeiro trimestre deste ano, estava em 45%. "Junto com o aumento do abate das fêmeas há maior demanda no mercado interno e externo, além de problemas na Argentina e na Austrália. Tudo isso influencia nos preços", explicou.

Segundo ele, as reações na pecuária costumam ser mais lentas do que na agricultura em geral, já que o tempo médio para que o animal de um grande produtor esteja pronto para o abate é de 42 meses (ou 3,5 anos). "A curto prazo não deve haver mudança nessa situação. A estimativa do mercado é que não mude até 2011", disse o técnico do IBGE.

continua após a publicidade