Com as perspectivas de aumento da produção de petróleo no País, após as descobertas do pré-sal, cursos voltados para a formação de mão de obra para o setor proliferaram. Nos últimos dois anos, cerca de cem novos cursos superiores voltados à área foram criados no País, segundo o Ministério da Educação. São Paulo concentra a maior parte deles, seguido pelo Rio. Mas também há oportunidades em Estados como Espírito Santo, Amazonas e Bahia.
A maior parte dos cursos é para a formação de tecnólogos. São cursos de menor duração do que uma graduação tradicional, voltados exclusivamente ao mercado de trabalho. Mas, com esta formação, os profissionais ainda não são aceitos nas inscrições para vagas de nível superior em concursos da Petrobrás.
A grande procura por profissionais, especialmente por parte de multinacionais, também tem impulsionado a expansão de treinamentos e cursos livres. Com dificuldades para atender à demanda crescente, Samuel Pinheiro, diretor da Petrocenter, empresa que oferece cursos de capacitação voltados para o setor, teve de expandir a empresa. “Chegou a um ponto em que não tínhamos mais capacidade de atender a demanda”, diz.
O franchising foi o meio de expansão encontrado pela empresa, que atende hoje 330 alunos, a maior parte pertencente às classes C e D e com idades entre 16 e 24 anos. “Para acompanhar as necessidades do mercado, não tivemos escolha, nos vimos obrigados a optar pelo franchising. Os ganhos que teremos serão menores, mas conseguiremos atender a demanda”, diz Samuel.
A Petrocenter planeja encerrar o ano com uma rede de dez franqueados. A estratégia é começar a expansão pelo Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo.
Especializada em treinamentos de segurança para o setor de petróleo e gás, a Sampling Planejamentos, localizada em Macaé, no norte fluminense, também está se expandindo. Os treinamentos, antes requisitados principalmente por empresas, agora são procurados diretamente por profissionais em busca de capacitação, explica a diretora Roberta Pierri. “Em 2001, 7% do faturamento era proveniente de clientes autônomos. Hoje, os autônomos já respondem por 40%.”