Prazos no crédito têm sido maiores, diz BC

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, disse, nesta sexta-feira, 27, que os prazos dos empréstimos como um todo têm mostrado alongamento. “É fruto muito mais do próprio crescimento de modalidades com prazos mais longos do que ampliação do prazo das modalidades. Ou seja, essa expansão do crédito tem estado concentrado em crédito para o investimento”, afirmou.

Quando o crédito para famílias é avaliado, segundo Maciel, é possível verificar que o crédito consignado tem ganhado destaque em 2013. Essa modalidade, segundo ele, colaborou para diminuir o spread desde 2006. Neste ano, até agosto, o crédito para pessoa física cresceu aproximadamente R$ 35 bilhões. Desse total, o consignado responde por um aumento de R$ 26 bilhões.

Maciel salientou que a inadimplência no setor de veículos em agosto atingiu a marca de 5,8%, a mais baixa desde outubro de 2011, quando ficou em 5,5%. “As novas safras de crédito contribuíram fundamentalmente para que a gente tenha inadimplência menor este ano”, disse. Ele acrescentou que o aumento da renda e do emprego também são fatores muito importantes para o recuo do calote.

Para Maciel, não é uma coincidência esse patamar atual ser o menor justamente desde outubro de dois anos atrás, quando o BC começou a atuar para tentar reduzir a alta da inadimplência no País. A originação melhor, com entrada maior e parcelas menores, revela que as empresas têm tido mais cautela com o perfil do tomador. “Temos recebido informações de que isso tem ocorrido”, disse.

Segundo Maciel, é “natural” uma demanda menor por veículos no momento, após o programa de incentivos fiscais lançado em 2012. “Observamos em maio e junho do ano passado reação significativa das vendas e isso permaneceu no segundo semestre”, disse. Em maio, o saldo total de crédito para aquisição de veículos estava em R$ 184,6 bilhões e, em junho, em R$ 186,8 bilhões. Ao final do ano, o saldo já somava R$ 193,2 bilhões. Esse valor é praticamente o mesmo nível verificado em agosto passado, de R$ 194 bilhões.

“Isso reflete bem a dinâmica do programa”, resumiu. “Gradualmente isso vai voltando à normalidade”, disse. “Mas é possível que alguma reação seja vista até o final do ano, porque o IPI ainda está reduzido”, considerou.

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