Apesar das expectativas de integrantes da equipe econômica de que a reforma da Previdência seja votada até abril na Câmara dos Deputados, esse prazo não deve se confirmar de acordo com cálculos de lideranças e parlamentares envolvidos nas discussões do tema.

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Junto com a intensificação dos debates realizados nos último dias em torno da proposta, surgiram “centenas” de dúvidas entre os parlamentares que votarão de olho na disputa eleitoral do próximo ano.

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“Acho que a votação vai para maio. Até lá, é um tempo razoável para fazermos um esgotamento das discussões. A votação do relatório na comissão especial deve ocorrer no começo de abril. Daí vai o plenário com todos os conflitos que tiver acumulado na comissão. Acredito que serão apresentados vários destaques e emendas que deverão ser enfrentados”, afirmou ao jornal “O Estado de S. Paulo” o líder da maioria na Câmara, Lelo Coimbra (PMDB-ES). “No plenário vamos para o debate. Mas é preciso trabalhar muito, conversar muito e ter um diálogo claro com a sociedade com todos os segmentos”, emendou o peemedebista.

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Coordenador da bancada do PSDB na discussão da reforma, o deputado Marcus Pestana (MG) também considera que a votação não deverá ocorrer em abril, como desejam integrantes da cúpula do governo. “Tivemos um primeiro debate dentro da bancada. Vamos tirar uma posição única do partido. Mas as discussões ainda estão embrionárias, há ainda muitas dúvidas. Acredito que conseguimos votar apenas em maio”, afirmou Pestana ao deixar na noite de terça-feira, 7, reunião com os tucanos.

Entre os pontos da reforma da Previdência que ainda há grande desentendimento está a questão do tratamento a ser dado às aposentadorias rurais; idade mínima; repasses para as filantrópicas e o processo de transição.

“Ainda tem muita confusão. Tem muita dúvida. O tema não está claro para os parlamentares e muitos estão tendo o primeiro contato com essa questão. É preciso fazer uma linha média de informações, por isso que pedimos para que o ministro Henrique Meirelles viesse conversar com as bancadas”, considerou Lelo Coimbra.

Em sua passagem nesta quarta-feira, 8, pela Câmara, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ressaltou que a expectativa da equipe econômica é de que a proposta de emenda constitucional da reforma da Previdência seja aprovada pela Câmara em abril.

Eleições

Apesar de considerar que o prazo não deverá ser cumprido, o líder da maioria da Câmara ressalta que é necessário que se aprove a proposta antes do encerramento do primeiro semestre para que as discussões não fiquem contaminadas pela eleição geral de 2018.

“A questão eleitoral está presente, claro. Por isso acho que temos que resolver isso logo no primeiro semestre, numa distância do processo eleitoral que permita que essa decisão tenha as suas consequências, benefícios”, ressaltou o peemedebista.