Átila Alberti/O Estado |
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Produtores do interior estão preocupados com os baixos preços que estão sendo pagos. |
O secretário de Estado da Agricultura, Norberto Ortigara, pretende cobrar nesta quarta-feira (9) do ministro da Agricultura, Wagner Rossi, ajuda do governo federal para os produtores paranaenses de feijão, que estão recebendo valores bem abaixo do preço mínimo de garantia estabelecida pela União, que é R$ 80 a saca de 60 quilos. Ortigara e Rossi estão hoje junto com o governador Beto Richa no Show Rural Coopavel, em Cascavel, no Oeste do Estado, grande evento latino-americano do setor agropecuário.
O preço do feijão começou a cair há duas semanas. De acordo com dados da Secretaria de Estado da Agricultura (Seab), os preços pagos aos agricultores têm girado em torno de R$ 55,05/saca (feijão de cores) e R$ 59,12/saca (feijão preto). Em municípios como Ivaiporã, o valor chegou a cair para R$ 40. No ano passado, a saca chegou a ser vendida a R$ 200. A expectativa da Federação de Agricultura do Paraná (Faep) é que sejam colhidas 542 mil toneladas de feijão nesta safra, um acréscimo de 11% em relação à última colheita. Esse excesso de oferta contribuiu para a queda no preço do feijão e os produtores reclamam de não ter onde estocar o produto.
Em reunião com a diretoria do Sindicato e Organização das Cooperativas do Paraná (Sistema Ocepar), nesta terça-feira (8), Ortigara adiantou que vai solicitar ao governo federal a implementação de medidas de apoio à comercialização do feijão, por meio de instrumentos como a compra direta e a Aquisição do Governo Federal (AGF) para uma parte da produção.
“O objetivo é enxugar o mercado. Há um excesso de curto prazo, estamos em plena safra e essa situação debilitou muito o preço. Ou a gente socorre agora os agricultores ou vamos ter um efeito nefasto lá na frente na forma de retração de área, de dificuldade de suprimento”, avalia Ortigara. Os mesmos mecanismos de comercialização estão sendo pleiteados do governo federal para atender os produtores de cebola e batata, que também se encontram em situação difícil.
Uma das principais produtoras de feijão do país, a região central do Paraná está com seus armazéns ainda lotados com produtos das safras anteriores. Uma intervenção do governo federal, seja comprando a produção ou escoando o feijão para regiões consumidores, já foi solicitada pela Faep em janeiro. No entanto, de acordo com a instituição, ainda não houve resposta ao pedido.