Uma desaceleração mais forte do que a prevista na economia da China afetaria negativamente os ratings soberanos e de empresas de países latino-americanos exportadores de commodities com grandes laços comerciais com a nação asiática, afirmou hoje a agência de classificação de risco Fitch.

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Segundo um relatório da Fitch, uma forte desaceleração na China, que afetaria principalmente os investimentos e o consumo, poderia fazer o crescimento médio do país ficar em 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB) entre 2016 e 2018.

Este não é o principal cenário com o qual a agência de classificação de risco trabalha. Ele testa, no entanto, as conexões de crédito entre a China e o resto do mundo.

O modelo mostra que, em caso de um “pouso forçado” da economia chinesa, os exportadores de commodities da América Latina seriam bastante afetados, dada a extensão dos laços com o gigante asiático. O mais afetado deles seria o Chile, país mais exposto à China na região. Cerca de 7% do PIB chileno vem de exportações ao parceiro asiático, principalmente de cobre.

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No caso do Brasil, os efeitos seriam mais sentidos através da queda do comércio, dos preços das commodities, da confiança e das saídas de capital. “O Brasil tem elevado sua exposição às exportações chinesas nos últimos anos (cerca de 20% das exportações), com minério de ferro, soja, petróleo e celulose como seus produtos principais”, diz o relatório da Fitch. “Uma forte desaceleração da China atingiria os preços das commodities, principalmente do petróleo, e as exportações brasileiras de um modo geral, já que as commodities representam cerca de 50% do que o país vende ao exterior”.(Marcelo Osakabe – marcelo.osakabe@estadao.com)