Assustados com a perda que tiveram nos fundos de investimento, com a mudança na contabilidade das carteiras (a chamada marcação a mercado dos títulos públicos), pequenos e médios aplicadores migraram em massa para a caderneta de poupança. O resultado foi que a poupança teve em junho uma captação líquida recorde de R$ 6,092 bilhões, a maior de toda a série histórica apurada pelo Banco Central desde 1991.
Nem mesmo nos meses de dezembro, quando a poupança normalmente registra depósitos elevados por causa do 13º salário verificou-se desempenho semelhante na tradicional caderneta.
Para técnicos do Banco Central, porém, esse deslocamento não deverá durar muito tempo, já que os aplicadores tendem a voltar para os fundos quando eles voltarem a apresentar rentabilidade positiva. O crescimento dos depósitos de poupança, segundo os técnicos, também não deverá se traduzir em maior volume de financiamentos habitacionais. Isso porque parte do saldo adicional será capturado pela elevação do recolhimento compulsório decretado no mês passado pelo BC.