Impulsionada pelo pagamento da primeira parcela do 13º salário, a caderneta de poupança fechou o mês de novembro com captação líquida de R$ 3,918 bilhões. O valor reflete o montante de recursos que os poupadores depositaram na caderneta, já descontados os saques no período. Com o resultado, a poupança voltou a apresentar depósitos líquidos, após saldo negativo de R$ 2,007 bilhões em outubro.

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O resultado para a poupança foi o melhor para meses de novembro desde 2013, quando houve depósitos líquidos de R$ 6,386 bilhões. Em novembro do ano passado, houve depósitos líquidos de R$ 1,881 bilhão e, em outubro de 2017, saques líquidos de R$ 2,007 bilhões.

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Os últimos dias úteis de novembro, quando geralmente o volume de depósitos sobe em função do pagamento de salários, receberam ainda o reforço do pagamento da primeira parcela do 13º. Apenas no dia 30, R$ 6,224 bilhões foram depositados na poupança. Juntos, os dias 28, 29 e 30 foram responsáveis por R$ 7,516 bilhões em depósitos, já descontados os saques.

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Em 2015 e 2016, a crise econômica havia acirrado os saques na poupança, com as famílias mais retirando do que colocando recursos na caderneta para fazer frente às despesas. Em 2017, o fenômeno voltou a ocorrer em janeiro, fevereiro, março e abril. Em maio, junho, julho, agosto e setembro, houve captação líquida. Depois, em outubro, os saques novamente superaram os depósitos. Agora, em novembro, o resultado voltou a ser positivo para a caderneta.

De acordo com o BC, o total de aplicações na poupança em novembro foi de R$ 175,789 bilhões, enquanto os saques somaram R$ 171,871 bilhões. O estoque do investimento na poupança está em R$ 702,274 bilhões, já considerando os rendimentos de R$ 3,139 bilhões de novembro.

No acumulado de 2017 até novembro, a poupança registra saques líquidos de R$ 2,246 bilhões, resultado de aportes de R$ 1,877 trilhão e retiradas de R$ 1,879 trilhão. Em todo o ano passado, em meio à crise, R$ 40,702 bilhões líquidos saíram da poupança.

Além da influência da crise econômica, a poupança vinha perdendo espaço, nos últimos anos, para outros investimentos, considerados mais atrativos. A remuneração da poupança era formada por uma taxa fixa de 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR) – esse cálculo vale para quando a Selic (a taxa básica de juros) está acima de 8,5% ao ano.

Como a Selic está atualmente em 7,50% ao ano, a remuneração da caderneta é formada pela TR mais 70% da Selic. Na noite de hoje, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anuncia o novo patamar da Selic, sendo que a expectativa é de que a taxa caia a 7,00% ao ano. Na prática, isso significa que a remuneração da poupança também vai diminuir.