Poupança fechou maio com aumento de saldo

Em maio, mês marcado por forte turbulência no mercado financeiro, os investidores voltaram para as cadernetas de poupança, uma aplicação considerada de baixo risco. As contas de poupança terminaram o mês com um ganho líquido de R$ 1,710 bilhão. O valor, divulgado ontem pelo Banco Central (BC), é o maior desde dezembro, quando o volume de depósitos superou o de resgates em R$ 2,378 bilhões. Nos demais meses de 2004, a poupança só havia contabilizado resultados negativos, com os saques sempre superando o total de depósitos. A reviravolta ocorreu ao mesmo tempo em que os fundos de investimento tiveram uma perda líquida de recursos da ordem de R$ 4,26 bilhões.

O volume total de depósitos em poupança feitos em maio chegou a R$ 53,492 bilhões. Este é também o maior valor registrado pelo BC desde os R$ 61,036 bilhões de dezembro. Os meses de dezembro, no entanto, são marcados por um crescimento sazonal dos depósitos em poupança. “Em geral, as pessoas pegam um pedaço do dinheiro do décimo terceiro salário e das férias e deposita na poupança”, explica um analista do BC.

Os saques, por sua vez, ficaram em R$ 51,782 bilhões, um valor superior aos R$ 49,106 bilhões de abril, mas inferior aos R$ 53,273 bilhões de março. Em abril, os saques haviam superado os depósitos em R$ 408,5 milhões. Naquele mês, porém, a intensidade foi menor que a verificada em março, quando o volume de retiradas passou o de ingressos em R$ 1,41 bilhão. Na avaliação de um técnico do BC, o movimento já era um sinal de “alguma migração de recursos dos fundos de investimento”. Em abril, os fundos perderam R$ 4,48 bilhões.

A fuga de recursos dos fundos, na avaliação desta fonte, ocorreu em razão do processo de desvalorização das Letras Financeiras do Tesouro (LFTs) negociadas no mercado. A queda nos preços dos títulos pós-fixados emitidos pelo Tesouro Nacional foi provocada por uma rentabilidade menor causada pela redução dos juros básicos da economia.

O bom desempenho da poupança no mês passado foi suficiente para empurrar o valor do estoque das aplicações dos R$ 143,453 bilhões de abril para R$ 145,991 bilhões. Os bancos, por sua vez, são obrigados a destinar pelo menos 65% destes recursos a financiamentos feitos pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH).

O aumento do saldo dos investimentos em poupança também foi alavancado pelos R$ 827,910 milhões creditados nas contas dos investidores a título de rendimento. Este valor, no entanto, é inferior aos R$ 868,443 milhões ganhos pelos poupadores em abril.

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