Poupança capta mais R$ 1,1 bilhão em janeiro

Foto: Átila Alberti/O Estado

Trabalhador brasileiro está direcionando mais dinheiro para a poupança.

As cadernetas de poupança tiveram um ganho líquido de captações de R$ 1,138 bilhão em janeiro. O número, divulgado ontem pelo Banco Central (BC), ficou acima dos resultados de janeiro do ano passado e de 2005. Naqueles meses, os saques de recursos investidos em poupança superaram os depósitos em R$ 1,881 bi e R$ 561 milhões, respectivamente.

 O crescimento da captação é explicação pela maior atratividade obtida pelas cadernetas com a queda dos juros, que vem reduzindo o retorno de aplicações como os fundos de investimentos. ?Com os juros mais baixos, o rendimento da poupança começou a ficar muito próximo do obtido com as aplicações nos fundos?, disse um analista de mercado.

Pela legislação em vigor, a poupança paga 6% ao ano mais a variação da Taxa Referencial de Juros (TR). A vantagem adicional é que os investimentos em poupança são isentos do Imposto de Renda, da CPMF e do IOF, o que não acontece com os fundos. Para completar, os bancos não cobram dos poupadores taxa de administração, item que encarece as aplicações em fundos de investimento.

Além da captação, a poupança ainda teve em janeiro um ganho de R$ 1,114 bi com o crédito dos rendimentos nas contas, número pouco superior aos R$ 1,083 bi de dezembro passado. Com tudo isso, o saldo total das aplicações em poupança aumentou R$ 2,2 bi em relação a dezembro e subiu de R$ 187,935 bi para R$ 190,188 bi.

Durante quatro dias de janeiro, o estoque de investimentos em poupança chegou a passar de R$ 191 bi. Os depósitos em poupança feitos no mês passado ficaram em R$ 78,783 bi e os saques, em R$ 77,644 bi. Em dezembro, a captação líquida da poupança já havia batido o recorde, atingindo R$ 7,432 bi, com depósitos de R$ 88,287 bi e resgates de R$ 80,855 bi.

A queda dos depósitos e da captação líquida de dezembro para janeiro é considerada normal pelos analistas, resultando de um movimento sazonal, provocado pela concentração de gastos típicos de início de ano. ?É normal que o investidor queime parte da poupança feita em dezembro com o 13.º salário no pagamento de despesas com educação, tributos e com a quitação dos gastos feitos durante o período de férias?, explicou uma fonte do BC.

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