Poucas empresas investem em tecnologia

O Brasil conta com apenas 9,9% de empresas consideradas de alta intensidade tecnológica. A informação está contida na pesquisa Industrial Anual 2003, divulgada ontem pelo IBGE. A classificação considera os investimentos realizados em pesquisa e desenvolvimento em relação à receita líquida de vendas.

A categoria de empresas de alta intensidade tecnológica inclui atividades como outros equipamentos de transporte (aviões), equipamentos de instrumentação médico-hospitalares, equipamentos para automação industrial, máquinas, aparelhos e materiais elétricos, material eletrônico e de aparelhos e equipamentos de comunicações, máquinas para escritório e equipamentos de informática, máquinas e equipamentos, veículos automotores, reboques e carrocerias e refino de petróleo. Essas indústrias investem de 0,96% a 2,72% de seu faturamento em pesquisa e desenvolvimento.

A fabricação de aviões foi responsável em 2003 por 1,7% do valor de transformação da indústria, o que equivale ao valor da produção descontados os gastos no processo produtivo. Ela respondeu também por 1,2% dos investimentos de toda a indústria.

Segundo o IBGE, o perfil das empresas industriais de alta intensidade tecnológica mostra que a maioria é voltada para a produção de bens de capital (máquinas e equipamentos) e bens de consumo duráveis (automóveis e eletrodomésticos). Elas são consideradas difusoras de progresso técnico e realizam desenvolvimento de novas tecnologias para ampliar a competitividade.

A exceção neste grupo é a atividade de refino de petróleo. A pesquisa destaca que a extração de petróleo tem exigido investimentos maciços na criação de tecnologia apropriada para atuar em águas profundas e há também um maior nível de competição no mercado de combustíveis. Classifica, ainda, as empresas em alta intensidade tecnológica, média alta, média baixa e baixa intensidade. Os resultados comprovaram que a indústria brasileira ainda é muito concentrada em atividades de baixa e média baixa tecnologia, em termos de empresas e pessoal ocupado.

Os setores de alta e de média intensidade tecnológica reuniam 17,7% das empresas em 2003 e empregavam 25,8% do total de pessoas ocupadas na atividade industrial. As empresas de baixa e de média baixa intensidade tecnológica somavam 82% das empresas e concentravam 74% do pessoal ocupado.

As atividades de média alta intensidade tecnológica têm perfil mais heterogêneo, com destaque para os setores intensivos em economia de escala, em recursos naturais e em conhecimento, no caso das indústrias química e farmacêutica. Neste grupo estão incluídas as indústrias de fumo, químicos, farmacêuticos, material eletrônico básico, peças e acessórios para veículos e celulose.

Os bens intermediários (insumos) são maioria entre as atividades de média baixa intensidade tecnológica. Nesta categoria estão incluídas indústrias como siderurgia, artigos de borracha e plástica, produtos de metal, metalurgia, produtos de minerais, couros e artefatos de couro.

Segundo o IBGE, neste grupo estão as empresas que pouco investem em pesquisa e desenvolvimento, mas que tentam minimizar os custos de produção com a aquisição de máquinas e equipamentos e com a melhoria dos processos produtivos.

A siderurgia concentra a maior parte dos investimentos da categoria (8,6%) e o maior valor de transformação industrial, de 5,19%.

Entre as empresas industriais de baixa intensidade tecnológica, destacam-se os produtos têxteis, alimentícios, indústrias extrativas, edição e impressão, bebidas e coque, álcool e elaboração de combustíveis nucleares. A última investe apenas 0,03% de seu faturamento em pesquisa e desenvolvimento.

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