O potencial de consumo aumentou 14,98% entre 2003 e 2008, de acordo com pesquisa do Centro de Políticas Sociais (CPS) da Fundação Getúlio Vargas (FGV). O crescimento foi calculado com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre acesso a bens de consumo, serviços públicos, condições de moradia e tipo de família (por exemplo, casal com filhos ou sem). No mesmo período, 31,9 milhões de pessoas entraram nas classes A, B e C, segundo o CPS.
Já o potencial de geração de renda familiar, o “do produtor”, aumentou ainda mais. “O potencial do produtor subiu aproximadamente 28%”, informou o economista-chefe do CPS da FGV, Marcelo Néri. Ele contou que se surpreendeu pelo consumo ter crescido menos que o potencial do produtor.
A posse e o uso de celulares e computadores pelas famílias, que se expandiram grandemente no período, foram consideradas no estudo dentro do potencial do produtor como investimento – e não como consumo. Também são considerados no cálculo do potencial do produtor a inserção no mercado de trabalho, o nível de educação dos membros da famílias, a família dos filhos em escolas públicas e privada e o investimento em previdência (pública e privada).
De acordo com Néri, “sementes plantadas na década de 90, como a estabilização, as reformas e o aumento do acesso à educação” podem ter influído para o aumento do potencial de geração de renda pelas famílias nesta década.