economia

Potencial de aeroporto de Porto Alegre levou Fraport a oferecer ágio de 844,7%

O potencial de negócios de Porto Alegre foi o que motivou a operadora alemã Fraport a oferecer um ágio de 844,7% sobre o valor de outorga inicial mínimo pelo terminal gaúcho, ou R$ 290,512 milhões. O aeroporto foi um dos mais disputados do leilão de quatro aeroportos realizado nesta quinta-feira, 16, recebendo um total de oito lances, ou seis propostas em viva-voz, e foi o que registrou o mais alto ágio, embora seja necessário considerar que também se tratava do terminal com menor valor inicial, de apenas R$ 31 milhões.

Em entrevista à imprensa, a vice-presidente executiva sênior da Fraport, Aletta von Massenbach, explicou que o forte interesse está relacionado ao potencial da região de Porto Alegre como “centro de negócios”. Segundo ela, a análise econômica sobre as especificidades deste mercado fez com que a companhia se interessasse pela concessão.

A Fraport também conquistou o terminal de Fortaleza, após apresentar um lance de R$ 425 milhões, o que corresponde a um ágio de 18%. O aeroporto também foi alvo de uma disputa, neste caso com a francesa Vinci, mas após quatro lances em viva-voz se estabeleceu o vencedor. Sobre o aeroporto nordestino, Aletta salientou que a transformação do terminal não se dará tanto com novas construções, mas com a melhoria dos serviços. “O mais importante é o que oferecer, o que podemos fazer para atrair o interesse das companhias aéreas”, disse.

Tanto no caso de Fortaleza como do de Porto Alegre, ela salientou que a operadora conta com o crescimento das operações da companhia aéreas nos terminais, mas minimizou a importância de atração de empresas estrangeiras. “Se são internacionais ou não, não interessa, não faz diferença, isso é uma questão de que tipo de destinações vão servir e o mercado de aviação é muito bom, então achamos que temos um número de players suficiente e com os quais podemos desenvolver”, comentou.

Após disputar os dois primeiros leilões de aeroportos realizados pelo governo federal, em parceria com a EcoRodovias, e não sair bem sucedida das disputas, desta vez a Fraport se apresentou sozinha e conquistou os dois aeroportos para os quais apresentou propostas. Ela abriu mão de disputar Florianópolis e Salvador.

Questionada sobre a falta de interesse por este último, a executiva disse que a Fraport gastou muito tempo estudando o terminal baiano. “Queríamos muito achar soluções para este terminal, mas não encontramos. Provavelmente não éramos o certo para Salvador”, disse.

Demanda crescente

Ela também minimizou a crítica de alguns investidores interessados nos aeroportos brasileiros, mas que não seguiram adiante na disputa, de que os parâmetros estabelecidos para os terminais, particularmente no que diz respeito à demanda, estavam defasados. De fato, o governo apresentou o desempenho do mercado até 2015, e não considerou a queda na demanda por transporte aéreo no País que se verificou a partir do final daquele ano.

“No fim do dia, aeroporto é um projeto de longo termo, é um projeto de infraestrutura e acreditamos que a economia brasileira vai se recuperar, acreditamos no País e por isso estamos aqui”, afirmou. “Estamos convencidos de que em breve veremos crescimento novamente.”

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