Aliocha Maurício / GPP
Aliocha Maurício / GPP

Maioria dos postos da capital já
está praticando novos preços.

continua após a publicidade

Nem bem a Petrobras anunciou o reajuste dos combustíveis nas refinarias -10% para a gasolina e 12% para o óleo diesel -, e os revendedores já se apressaram em aumentar os preços nas bombas. Ontem, ainda pela manhã, a maioria dos postos de Curitiba já apresentava os novos valores. Em muitos deles, o litro da gasolina comum passou de R$ 2,19 para R$ 2,39 – reajuste de quase 10%, ou seja, o mesmo índice aplicado nas refinarias. Na sexta-feira, a Petrobras informou estimar um impacto menor para o consumidor, uma vez que a gasolina apresenta em sua composição 25% de álcool anidro, que não sofreu reajuste.

Para o diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis no Paraná (Sindicombustíveis-PR), Giuseppe Salamone, o aumento foi repassado quase imediatamente aos consumidores de Curitiba porque o estoque de combustíveis na maioria dos postos era baixo. ?Pouca gente estava com estoque. Não teve entrega de combustíveis na quinta-feira por causa do feriado e o estoque caiu também porque muita gente abasteceu para viajar?, afirmou Salamone.

Segundo ele, muitos donos de postos estão fora de Curitiba por conta do feriado prolongado e mandaram que os gerentes dessem ?uma mexida nos preços para avaliar depois?. ?Alguns estão colocando um preço intermediário e vão ter que ajeitar mais tarde?, comentou Salamone. Ele próprio, contou, reajustou ontem de manhã o preço do litro da gasolina comum de R$ 2,29 para R$ 2,49 – aumento de quase 9%. Já o óleo diesel passou de R$ 1,73 para R$ 1,96 (alta de 13%). ?A minha distribuidora (Ipiranga) ainda não apresentou os preços novos. Reajustei conforme os aumentos das outras. Vou ver como fica?, afirmou.

continua após a publicidade

Salamone reclamou da concorrência em Curitiba, especialmente da concorrência desleal figurada por produtos adulterados e por sonegadores de impostos. Segundo ele, a margem de lucro com que trabalha é de 12%, enquanto a média nas praças consideradas saudáveis é de 20%. ?O preço que estou praticando hoje (R$ 2,49 o litro da gasolina) é o mesmo que já vinha sendo praticado em outras praças antes ainda do aumento?, afirmou, referindo-se a postos localizados fora de Curitiba.

ANP

Conforme levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço médio do litro da gasolina comum em Curitiba em agosto era de R$ 2,23, com o mínimo de R$ 1,96 e o máximo de R$ 2,38. Já o preço médio do óleo diesel era de R$ 1,65, variando entre R$ 1,55 e R$ 1,87.

continua após a publicidade

Em Curitiba, a gasolina atingiu agora o preço mais elevado desde o início do ano. Até então, segundo levantamento da ANP, o patamar havia ocorrido em março, quando o litro chegou a custar R$ 2,39. Já o preço médio naquele mês ficou em R$ 2,30.

Com impostos

Esta foi a primeira vez que a Petrobras divulgou o reajuste nas refinarias com o peso dos impostos. Segundo cálculos do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura (CBIE), sem considerar o PIS/Cofins, o aumento da gasolina chegou a 16,3% e o do diesel, 14,6%. A última correção de preço dos dois produtos fora no dia 26 de novembro do ano passado.

A justificativa da Petrobras para o reajuste foi o realinhamento ao novo patamar de preços do petróleo no mercado internacional, entre US$ 60 e US$ 70 por barril.

O GLP, o gás de botijão, por seu alcance social, continua sem mudanças de preços desde dezembro de 2002.

O reajuste vai impactar a cadeia produtiva também pelo encarecimento do frete. A Associação Nacional de Transportes de Carga e Logística (NTC&Logística) estima que o impacto do aumento do diesel no preço dos fretes deve ser de 3,17% em média, podendo chegar a 3,95% para carga completa em longos percursos.