A Febraban tem sido tímida na discussão com a sociedade sobre a queda do spread bancário, disse o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal, ao comentar sobre o livro “Como fazer os juros serem mais baixos no Brasil”, lançado nesta terça-feira, 3. “Ter maior engajamento é o caminho adotado nas sociedades modernas”, afirmou, lembrando que a contribuição da Febraban é técnica e que a entidade quer falar, mas também ouvir.
Portugal observou que os bancos, como qualquer empresa privada, querem ter lucro, mas não gostam de juro alto, já que com taxa baixa o número de empréstimos aumenta e o risco cai.
“Para o Brasil crescer mais rápido é preciso juro baixo”, citou. Ele afirmou que, embora a opinião que prevalece é a de que a falta de competição e a concentração favorecem o juro elevado, estudos mostram o contrário. Nesse sentido, notou que a concentração bancária no Brasil é moderada comparada a outros setores, estando atrás de setores como papel e celulose, óleo e gás, metalurgia e outros. Ele disse ainda que em relação a outros países está em quinto lugar, segundo ranking internacional.
O presidente da Febraban disse que na literatura não há correlação entre concentração e juro mais alto. “Há países com mercados mais concentrados e spreads mais baixos. O importante não é a concentração mas a competição”, frisou.
Ele frisou também que o lucro dos bancos são elevados em termos nominais, mas que em relação ao investido a taxa média é de 12,5%.