O primeiro-ministro de Portugal, Pedro Passos Coelho, afirmou que a contração econômica do país vai ser pior do que a esperada em 2012, como consequência do esfriamento econômico global. Em uma entrevista, Coelho, que se tornou premiê em junho, manifestou preocupação sobre a perspectiva de um default da Grécia. “Eu não desejo um default, organizado ou desordenado, para a Grécia”, disse o premiê, em entrevista para a Dow Jones e The Wall Street Journal neste sábado. “Mas, se acontecer, Portugal e Irlanda estão na linha de frente da fila, enquanto a Espanha e a Itália aparecem em segundo na fila.”

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Ele defendeu que a zona do euro, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Central Europeu “elaborem uma estratégia viável” para sanar a crise da Grécia. “Um default grego seria o primeiro passo para a desintegração do euro”, disse. Ao mesmo tempo, a Grécia deveria tomar medidas concretas e adotar passos imediatos para privatizar empreendimentos públicos, reduzir os gastos e “entregar um pacote de austeridade”.

Coelho disse ainda que a economia de Portugal vai ter uma contração menor neste ano do que o inicialmente previsto, em razão do relativamente robusto desempenho do primeiro semestre. Espera-se agora que a economia deverá encolher 1,8% em 2011, na comparação com a estimativa anterior de contração de 2,2%, disse o premiê. O esfriamento global econômico, porém, vai afetar o PIB de Portugal em 2012, o que o leva a prever uma contração de 2,3%, ante uma previsão anterior de queda de 1,8% do PIB.

O desemprego, que está agora em 12,2%, deve atingir o pico de 13,3% em 2013, afirmou o premiê, observando que a recuperação deve começar em 2013. “As exportações devem agir como absorvedoras de choque”, uma vez que o consumo doméstico continua em um declínio acelerado. Em 2013, a economia deve crescer 1,3%, o que representa uma revisão ante o prognóstico anterior de evolução de 1,2%, disse. As informações são da Dow Jones.

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