Levantamento do Centro de Estudos de Logística da Universidade Federal do Rio de Janeiro mostra que chega a R$ 4 bilhões o valor de investimentos em portos que estão à espera de autorização da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). "Seria importante acelerar os processos porque a demora impacta custo e oportunidade", disse hoje o diretor do centro, Paulo Fleury, durante o XIII Fórum Internacional de Logística, no Rio.
De acordo com o especialista, em geral os processos licitatórios envolvendo não só a Antaq, mas também órgãos de meio ambiente, demoram no mínimo um ano. "É muito lento", afirmou. Ele observa que o comércio exterior brasileiro cresceu muito nos últimos anos e que o investimento em portos não acompanhou o ritmo.
Segundo o levantamento, feito junto a exportadores, armadores, terminais e administrações portuárias, o principal problema dos portos brasileiros é o acesso rodoviário, seguido do calado (profundidade do canal de acesso ao porto), e do acesso ferroviário. A pesquisa mostrou que "o usuário em geral não está satisfeito com os portos", disse Fleury.
Entre outros problemas apontados estão interferência política, baixa capacidade de investimento e má gestão com um modelo considerado inadequado. O especialista comentou que houve uma "queda substancial" nas tarifas cobradas pelos portos entre 2002 e 2005 e que "a tarifa, em si, não é absurda". O alto custo para as empresas, entretanto, vem de uma série de fatores, principalmente as dificuldades de acesso ao porto por terra.