Portos do Estado superam seus próprios recordes

Os números comprovam que os portos do Paraná estão se superando a cada semestre. Os demonstrativos fornecidos pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) apresentaram projeções importantes, marcando desde o início de 2003 saltos nos volumes de importação e exportação de cargas. Até junho de 2002, os portos de Paranaguá e Antonina movimentaram pouco mais de 13 milhões de toneladas. No ano seguinte, no mesmo período, o volume foi de 16 milhões de toneladas.

As três milhões de toneladas a mais movimentadas no primeiro semestre da atual administração representaram o início do que foi o ano de 2003 na história dos portos de Paranaguá e Antonina, quando os terminais públicos incrementaram em 17% o total de cargas movimentadas, passando de 28,5 milhões em 2002 para 33,5 milhões em 2003. Para Eduardo Requião, superintendente da Appa, 2003 serviu de exemplo de como se comportarão os portos paranaenses nos próximos anos, quando novos recordes de movimentação deverão ser registrados.

“Não são utopias, são constatações. Se em apenas um ano a força conjunta de governo, trabalhadores e usuários contribuiu para que alcançássemos volumes tão expressivos, poderemos ter a confiança de que em 2004 iremos, ao menos, repetir as toneladas embarcadas e desembarcadas e alçarmos os números, mantendo os portos de Paranaguá e Antonina entre os líderes nacionais”, disse Eduardo.

Destaques

Entre os destaques de 2003 estavam os produtos do segmento de carga geral, maior empregadora de mão-de-obra direta e indiretamente, como madeira, algodão e arroz em sacas. Outros produtos de relevância são os que integram o segmento de granéis sólidos (soja em grãos, farelo e o milho) e, nas importações, os fertilizantes. No segmento de granéis líquidos, as exportações de óleo vegetal também apresentaram volumes consideráveis.

Já em 2004, o semestre foi mais que positivo, com patamares expressivos em diversos segmentos. De janeiro a junho, os portos do Paraná movimentaram mais de 17,8 milhões de toneladas, um aumento de mais de 1,8 milhão de toneladas em relação ao mesmo período de 2003. Os produtos do segmento de carga geral representaram, de janeiro até agora, uma movimentação de 3,2 milhões de toneladas, contra 2,3 milhões em 2003. No segmento de granéis sólidos mais uma vez o porto mostrou superação. Foram 12,1 milhões de toneladas em 2004, contra 11,2 milhões em 2003. No segmento de granéis líquidos, foram 1,9 milhão no primeiro semestre de 2004.

Cais Oeste

Um dos maiores projetos de melhorias levado adiante pela Appa é o denominado Cais Oeste, que contempla quatro eventos distintos: remodelagem de trechos de sete berços de atracação, a construção do Cais de Múltipla Utilização, porque poderá ser destinado à operação de diferentes tipos de cargas e navios, a canalização da área de retaguarda, a dragagem de aprofundamento e aterro hidráulico e o derrocamento de determinadas áreas do porto. “Preparamos o Novo Porto Público de Paranaguá para novas demandas, novos mercados e um novo conceito de cidade portuária. Paranaguá será uma cidade portuária e de logística, integrada com o porto e vice-versa”, disse Eduardo.

Os recursos destinados ao projeto global sofreram alterações significativas, proporcionando uma economia aos cofres públicos de mais de R$ 100 milhões. Dos antigos R$ 248 milhões orçados pelo governo anterior, o projeto total passará a custar R$ 146 milhões. Até o momento, 25 empresas adquiriram o edital “Obras e Serviços de Ampliação, Recuperação e Reforma da Infra-Estrutura Portuária do Porto de Paranaguá”. Com a remodelagem dos berços, o cais terá capacidade para acomodar equipamentos de grande porte, como guindastes e trilhos para transporte de ship loaders (carregadores de navios).

As campanhas de dragagem efetuadas pela Appa já começaram e devem se estender até junho do ano que vem. Até lá, os portos de Paranaguá e Antonina passarão por manutenções constantes das profundidades dos canais e dos berços de atracação. O objetivo da Administração Portuária não é de apenas manter a atual profundidade, é também estendê-la. Os recursos destinados às melhorias possibilitarão o aumento da profundidade do cais que hoje possui trechos com 8,7 metros, 10,7 metros e 12,7 metros. Com as obras, os berços poderão ser dragados e chegar a profundidades iguais de 13,7 metros.

Pavimentação

Os terminais portuários públicos do Paraná estão totalmente informatizados e disponibilizam em tempo real a situação das cargas que são embarcadas e desembarcadas. No site www.portosdoparana.com.br, um link com a Bolsa de Chicago posiciona o Porto de Paranaguá como um dos mais importantes do segmento de granéis sólidos do mundo. “O comércio internacional reconhece nosso potencial e vem até nós à procura de negócios. Já recebemos empresários alemães, portugueses, japoneses, chineses e coreanos dispostos a investir no porto pela qualidade dos serviços e dos produtos. Para nós este cenário é resultado de um trabalho permanente de resgate do trabalho público e de credibilidade”, considerou o superintendente da Appa.

Outro benefício apontado por Eduardo Requião durante os 18 meses da sua administração é a pavimentação em concreto de cerca de 25 quilômetros das vias de acesso que levam ao Porto de Paranaguá, num total de quase R$ 20 milhões. As obras começaram no dia 15 de junho e devem ser concluídas num prazo estimado de 180 dias. No total, receberão as melhorias: Avenida Bento Rocha; Avenida Governador Manoel Ribas; Avenida Coronel Santa Rita; Avenida Coronel José Lobo; Rua Professor Cleto; Rua Antônio Pereira; Rua Manoel Bonifácio; Rua Barão do Rio Branco e Avenida Portuária. A concretagem visa preparar as vias de acesso para receber com segurança e agilidade uma média de 3 mil caminhões que circulam diariamente pela cidade.

Complexo de granéis sólidos

O Porto de Paranaguá possui o maior complexo para embarque de granéis sólidos da América Latina e é o principal portão de embarque da soja produzida no Brasil para o mercado externo. O porto recebe cargas provenientes de todo o Estado do Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rondônia, São Paulo, Rio Grande do Sul e países como a Bolívia, Argentina e Paraguai. Seus principais clientes são os países da Europa, Ásia e Mercosul. A Comunidade Européia representa mais de 40% dos destinos de exportação do Porto de Paranaguá e a Ásia é detentora de outros 40% da movimentação.

O porto ocupa a segunda colocação entre os portos de maior importância no País e é o principal porto graneleiro da América Latina. Com uma faixa portuária com mais de 2,6 km, o Porto de Paranaguá contribuiu com cerca de US$ 6,5 bilhões para a receita cambial brasileira, representando aproximadamente 60% do valor gerado pelo Paraná no ano passado.

No primeiro semestre de 2004, os portos do Paraná já demonstram importante incremento na Receita Cambial gerada pelo terminal, demonstrando que a perspectiva é de superar os índices anteriores. Até o momento foram mais de US$ 4,1 bilhões, contra US$ 3 bilhões no mesmo período de 2003.

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