O Porto de Paranaguá vai realizar melhorias no Pátio de Triagem – mesmo considerando que ele não deve ser utilizado como estacionamento pelos caminhoneiros durante o período de transporte da safra – e implantará um sistema auxiliar ao ?carga on-line? hoje utilizado e que permite o conhecimento prévio da chegada do caminhão e os prazos de descarga no porto paranaense.

A partir deste ano, os usuários terão à disposição o acompanhamento em tempo real da situação do tráfego de caminhões, a ocupação do Pátio de Triagem, se o terminal tem espaço disponível para receber a carga e, ainda, qual o navio programado para ser embarcado com a carga de determinado caminhão.

As decisões foram passadas pelo superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Eduardo Requião, aos integrantes do Grupo de Trabalho, criado pelo Ministério dos Transportes, para tratar de um problema considerado crônico pelos analistas: as filas de caminhões que se formam ao longo da BR-277 em direção ao Porto de Paranaguá.

No ano passado, a fila de caminhões nas rodovias do Paraná atingiu cerca de 100 quilômetros de extensão, fazendo com que motoristas permanecessem até 10 dias parados na rodovia. Em média, cerca de 3 mil caminhões chegam por dia em Paranaguá, totalizando mais de 300 mil por ano.

O problema é histórico e é resultado de diversos fatores. A falta de investimentos federais na estrutura portuária para recebimento e escoamento dos produtos, que já completa 10 anos, é um destes fatores e se soma à insuficiente capacidade de armazenagem da produção agrícola no interior, ao desrespeito à programação de chegada dos navios e ao fim do chamado período de entressafra.

Conscientização

Segundo o coordenador do Grupo de Trabalho, José Eduardo Vaz Albanese, as soluções que estão sendo alinhavadas tratam da melhoria da logística, adequação da demanda à capacidade do Porto e repressão daqueles que descumprirem as regras estabelecidas para o escoamento da safra, com a aplicação de expressivas multas.

O presidente da Federação Nacional dos Caminhoneiros Autônomos (Fenacam), Diumar Bueno, está disposto a trabalhar na divulgação das medidas ?que vão ser implementadas pela Appa e a disposição da administração portuária em atacar este problema?. Opinião compartilhada pelo presidente da Federação das Empresas de Transportes de cargas do Estado do Paraná (Fetranspar), Luiz Anselmo Trombini. ?Tivemos uma grata surpresa ao verificarmos que o Porto está adiantado para resolver esta questão. Acreditamos que neste ano não veremos os caminhões servindo de silos na BR-277?, avaliou o empresário.

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