O Porto Matarazzo, localizado a dois quilômetros do centro de Antonina, no litoral do Paraná, está fechado desde 1972. Porém, há quatro anos o empresário Fernando Matarazzo, atual responsável pelo lugar, vem realizando esforços na tentativa de reabri-lo. “Desde 2000 venho trabalhando no restauro do patrimônio histórico do porto e realizando obras de readequação do serviço portuário”, comenta. “Para voltar a funcionar, preciso apenas de um alvará da Prefeitura de Antoniana e que o governo do Estado conceda um alfandegamento temporário de área.”

O porto começou a ser construído no ano de 1900, pelo bisavô de Fernando, o italiano Francesco Matarazzo. Foi concluído em 1917, dando abrigo ao primeiro moinho de trigo do Paraná. O fechamento, 55 anos depois, aconteceu durante uma greve de quinze dias realizada por sindicatos de estivadores e fornecedores de serviço ao porto. “O fechamento aconteceu por motivos políticos, devido à greve e também a uma redução nas importações de trigo ocorrida naquela época”, diz Fernando. “Ao longo dos últimos anos, houve tentativas de reabrir o porto por parte de empresas do Rio de Janeiro e uma de São Paulo. Todas foram em vão.”

O empresário acredita que falta vontade política para reabertura do lugar. Segundo ele, lideranças políticas de Antonina e também estaduais não querem admitir a possibilidade de o porto voltar a operar sob responsabilidade da iniciativa privada. “A força política acha que o porto deve ser público e não estar nas mãos de um empresário. Enquanto isso, uma série de prejuízos continuam a ser gerados devido ao fechamento.”

Atualmente, apenas o setor de estocagem do porto está em funcionamento. O porto tem 220 metros de cais, podendo atracar navios de 155 metros e vinte pés (seis metros) de calado. Caso voltasse a funcionar, Fernando acredita que também seriam necessárias obras de dragagem que fizessem com que o porto fosse capaz de atracar navios de 33 pés (dez metros) de calado.

Prefeitura

A prefeita de Antonina, Monira Peluso, diz que não tem nada contra o fato de o porto vir a operar sob a responsabilidade da iniciativa privada e que vai aplaudir quando a reabertura acontecer. Ela afirma que, ao contrário do que declara o empresário Fernando, o porto deixou de reabrir não por falta de vontade política, mas por desentendimentos presentes dentro da própria família Matarazzo. “Espero que eles se entendam e que o porto volte a funcionar, pois isso só vai trazer benefícios para Antonina”, afirma.

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