Porto embarca soja transgênica para Europa

O Porto de Paranaguá começou ontem o embarque das 62 mil toneladas de soja transgênica encontradas nos terminais portuários e no próprio silo público da autarquia, o chamado silão. O trabalho começou à zero hora e deve ser concluído no máximo até a madrugada desta quarta-feira (26).

O embarque faz parte de um processo que teve início no final de outubro, quando a presença de soja geneticamente modificada foi localizada no porto em operação realizada pela própria Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA) em parceria com a Empresa Paranaense de Classificação de Produtos (Claspar).

Após a verificação da contaminação, o superintendente do porto, Eduardo Requião, em conjunto com cerca de 30 operadores portuários, aprovou a transferência de todo o produto para o silão. Foi a forma encontrada para evitar a proliferação da transgeníase no terminal e de atender lei estadual que proíbe o plantio, o transporte e o embarque de soja geneticamente modificada pelo Porto de Paranaguá.

Depois de quase duas semanas lacrado, o silão estará livre da soja transgênica. Dois navios, o “Apostolovo” (com bandeira de Malta) e “Petalis” (do Chipre), vão levar a carga para a Itália, Portugal e Marrocos.

A carga foi embarcada com conhecimento, por escrito, dos comandantes dos navios, de que o produto estava contaminado com transgênico. Caso chova, o prazo de embarque o produto deverá ser dilatado.

Pedido em análise

O pedido para que o Paraná seja reconhecido como área livre de transgênicos está sendo analisado pela Comissão de Biossegurança sobre Organismos Geneticamente Modificados (OGMs). A informação é do secretário-executivo do Ministério da Agricultura, José Amauri Dimarzio. O pedido, entregue na semana passada, é o terceiro feito pelo Estado.

Dimarzio disse que não teve acesso ao documento que pede o reconhecimento de área livre. O governador Roberto Requião (PMDB) enviou carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva reclamando de Dimarzio. “Não vi os dados. Não sei o que o Paraná está pedindo. Não posso dizer se é possível ou não dar o reconhecimento”, afirmou.

Levantamento divulgado pelo ministério em 10 de novembro mostra que mais de 200 produtores paranaenses assinaram termo de ajustamento de conduta admitindo que cultivariam sementes geneticamente modificadas.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo