Porto de Paranaguá retém carga de soja contaminada

Seis caminhões que transportavam soja convencional a granel foram retidos no pátio de triagem da Claspar, no Porto de Paranaguá, depois de constatada em suas cargas a mistura de sementes tratadas com fungicida. Os caminhões, procedentes de Santa Catarina e de Mato Grosso, foram apreendidos quando passavam pelo serviço de fiscalização da Claspar. As cargas, destinadas à exportação, estão agora à disposição do Ministério da Agricultura.

De acordo com Eduardo Bagio, diretor-presidente da Claspar, empresa vinculada à Secretaria da Agricultura e responsável pela classificação de produtos, a operação que resultou na interdição dos caminhões só foi possível graças ao trabalho conjunto que vem sendo desenvolvido pela Secretaria da Agricultura, através da Claspar e do Defis – Departamento de Fiscalização e Sanidade Agropecuária, em conjunto com o Ministério da Agricultura e administração do porto.

No início desta semana, a Secretaria da Agricultura e o ministério firmaram uma parceria de ação conjunta para evitar a contaminação da soja grão. A medida foi tomada depois que a China constatou que a soja brasileira, oriunda do Rio Grande do Sul, exportada pelo Porto de Rio Grande, continha sementes de soja tratadas com fungicida, sendo, portanto, imprópria para o consumo humano e animal.

O objetivo dessa ação conjunta, segundo o secretário Orlando Pessuti, é assegurar que a soja e seus subprodutos e resíduos de valor econômico, produzidos e comercializados no Paraná, tenham garantida a sua qualidade, tanto para o consumo interno quanto para exportação, levando em consideração a segurança alimentar em todas as etapas da cadeia produtiva.

Estratégias

Como parte desse acordo, algumas estratégias estão sendo adotadas. Os técnicos da Claspar, que já fiscalizavam as cargas para impedir a entrada de transgênicos no porto, agora exigem declaração do exportador com informações de que o produto não sofreu tratamento com agrotóxicos destinados exclusivamente a semente. Essa é uma condição para que o Ministério da Agricultura emita o Certificado Fitossanitário. Também estão sendo realizadas inspeções nos porões dos navios, acompanhamento do carregamento com coleta de amostra, efetuadas através das empresas prestadoras de serviços de controle de qualidade. A Claspar e o Defis também podem realizar testes de resíduos químicos, quando necessários, durante o embarque da soja, em caso de suspeita.

Penalidades

Como penalidades estão previstas suspensão cautelar da comercialização do produto; análise laboratorial das amostras, custeadas pelo infrator; multa e denúncia ao Ministério Público e Polícia Civil. No caso específico das cargas rechaçadas pela China, essas serão segregadas e poderão ser utilizadas como fonte energética biodiesel ou utilização em caldeiras, bem como incorporadas ao solo.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo