Litoral

Porto de Paranaguá especializado em receber cargas especiais

Até meados de 2012, o porto receberá cerca de 30 mil toneladas em peças para a construção da maior fábrica de celulose do mundo, da Eldorado Papel e Celulose, bem como peças da nova unidade da Arauco do Brasil. que esta sendo instalada em Jaguaraíva, no Paraná.

Peças gigantes espalhadas ao longo do cais e em pontos da área primária do Porto de Paranaguá. Para quem está acostumado a ver as cargas de granel e contêineres sendo movimentadas pelo Porto, estes equipamentos de grande porte tem mudado a paisagem de quem visita o terminal paranaense.

Na semana passada, mais uma peça gigante desembarcou em Paranaguá. Trata-se de uma prensa de 160 toneladas e 5,3 metros de altura, para a empresa WHB Fundição. Além da adaptação logística dentro do Porto, o transporte do equipamento também exige cuidados. Para levar a prensa até Curitiba, onde será instalada, será necessário um caminhão com 71 metros de comprimento.

Receber equipamentos desta magnitude já não é mais novidade no Porto de Paranaguá, que nos últimos meses recebeu peças destinadas a diferentes projetos de grande porte. Até meados de 2012, o porto receberá cerca de 30 mil toneladas em peças para a construção da maior fábrica de celulose do mundo, que esta sendo feita em Três Lagoas (MS), da Eldorado Papel e Celulose, bem como peças da nova unidade da Arauco do Brasil. que está sendo instalada em Jaguaraíva, no Paraná.

Esse tipo de operação portuária é caracterizada como uma operação especial. Exige definição prévia do berço de atracação, de acordo com o espaço disponível para manobrar as cargas e a capacidade do piso, além da logística para saída do terminal.

“A facilidade de atracação, o calado, o tamanho de cais e a capacidade do piso são fundamentais para receber peças com esse porte diferenciado. Poucos portos no país oferecem as condições disponíveis em Paranaguá para estas operações”, afirma o superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina, Airton Maron. “Temos feito um grande esforço para divulgar essa capacidade de infraestrutura e, ao mesmo tempo, oferecer novas facilidades aos operadores”, diz.

Estrutura

O porto está concluindo uma licitação para construção de um portão especial, com largura e capacidade de manobra facilitadas para esse tipo de peças, destinadas a grandes projetos. Em outra frente de trabalho, será preparada uma nova área, fora da zona primária do porto, para armazenagem de peças de grande porte.

O acesso do Porto de Paranaguá para outras regiões (reta única para sair da cidade e ter acesso a rodovias, sem passar no meio de outras cidades para chegar a outros estados) é considerado um dos melhores do país, mas o esforço da administração do porto para facilitar a movimentação de cargas é reconhecido pelos operadores portuários.

“Um dos principais fatores facilitadores em Paranaguá é o acesso à autoridade portuária. Hoje existe acesso fácil e somos atendidos rapidamente para fazer a programação dos navios, obter autorização de entrada e saída e a alocação de espaço para equipamentos”, afirma Manuel J.H. Rosa Jr, gerente operacional da TWJM, operadora logística que trabalha com cargas especiais em Paranaguá.

O operador destaca ainda a qualidade da mão-de-obra dos trabalhadores avulsos empregados pelas operadoras parceiras dos projetos, que são várias. “São diversas empresas e todas estão capacitadas para atuar nesses projetos. Paranaguá também é um dos terminais que mais oferece facilidades operacionais com a mão-de-obra, sem atrito com sindicatos”, explica.

A inexistência de obrigatoriedade na contratação de operadores de cargas é outro fator facilitador para as operações em Paranaguá, dando maior maleabilidade no preço e na gestão da operação. “Além disso, Paranaguá tem uma das taxas mais baixas do país e ainda oferece 15 dias de free-time para contêineres, o que incentiva que a carga seja movimentada rapidamente, em vez de ficar armazenada”, afirma o operador.

Já passaram por Paranaguá também as peças para a ampliação da fábrica da Incepa, em São Mateus do Sul (PR), e para a construção de moinhos de cimento em uma unidade da Votorantin em Rio Branco do Sul (PR). Fora isso, todo o equipamento usado na implantação de uma fábrica de papel da Klabin, em Telêmaco Borba (PR), também chegou por Paranaguá.

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