Porto de Paranaguá comemora 70 anos

Construído para exploração particular a partir da ampliação de um antigo ancoradouro, em 1872, o Porto de Paranaguá passou por uma série de ampliações até ser oficialmente inaugurado, no dia 17 de março de 1935, sob a direção da Autarquia Estadual APPA Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina.

Ao completar 70 anos, o maior exportador de grãos da América Latina passa por uma das fases mais progressistas da sua história, recebendo investimentos pesados na ampliação e modernização de suas instalações. O objetivo é acompanhar a tendência que vem se verificando nos últimos anos: o perfil de cargas do porto vem mudando ao longo dos últimos anos, aumentando a representatividade na movimentação de cargas industrializadas exportadas pelo Brasil. O porto vem registrando aumento inclusive no embarque e desembarque de passageiros, e existem inclusive projetos para melhoria da infra-estrutura da cidade, que deve se tornar um pólo turístico para todo o Mercosul.

O Porto de Paranaguá é o segundo mais importante do País. Com uma faixa portuária de 2,6 km e o maior complexo para embarque de granéis sólidos da América Latina, é o principal portão de embarque da soja produzida no Brasil para o mercado externo, recebendo cargas de todo o País e do Mercosul. A Comunidade Européia representa mais de 40% dos destinos de exportação do porto, e a Ásia representa outros 40%. Os países do Mercosul estão na terceira posição entre os maiores clientes.

Os principais produtos exportados pelo Porto são, além dos granéis sólidos (soja em grãos, farelo e milho), os do segmento de carga geral, maior empregadora de mão-de-obra, como madeira, algodão e arroz em saca. Entre os granéis líquidos, as exportações de óleo vegetal apresentam volumes consideráveis, enquanto que nas importações destacam-se os fertilizantes.

Em 2004 o porto contribuiu com US$ 8,41 bilhões para a receita cambial brasileira, um aumento de quase 30% em relação a 2003, que reflete o aumento no volume das exportações brasileiras. Do valor gerado pelo Paraná no ano passado, o porto representa aproximadamente 60%.

Os embarques de soja, como sempre ocorre nesse período, representam a principal movimentação no porto. Do início de janeiro até a metade de fevereiro já haviam sido exportadas mais de 74 mil toneladas, 12 mil toneladas a mais do que o volume registrado no mesmo período de 2004. A quebra da safra causada pela estiagem registrada nos últimos meses ainda não chegou a se refletir no volume exportado pelo porto, pois o grão escoado é da safra passada. Segundo o superintendente da APPA, Eduardo Requião, os números refletem todo o investimento feito para melhorias na estrutura portuária em relação ao ano passado. "Caminhamos em direção à modernização e ao respeito aos que promovem a cadeia produtiva do Paraná e do Brasil. Nosso porto prova que a cada ano reúne condições de manter-se como principal canal de escoamento de grãos no mundo", comemorou Requião.

Solenidade marcou passagem da data

As comemorações dos 70 anos de fundação do Porto de Paranaguá, realizadas na última quinta-feira, começaram às 9h30, em frente ao Centro Administrativo Luiz Antônio Amatuzzi de Pinho, e contou com a presença de empresários, funcionários da área portuária e diretores da Autarquia. Eduardo Requião dispensou discursos, alegando que a manhã era apenas para comemorações.

No lugar do discurso, o administrador do porto apresentou uma mensagem que foi lida pela equipe do cerimonial. Na mensagem, Eduardo Requião se referia ao seu cargo como uma verdadeira missão. "Tenho procurado trilhar este caminho, modernizando, agilizando sua operação e dotando de mecanismos que ofereçam produtos de qualidade para o mercado internacional", dizia a mensagem lida pelo cerimonial.

Segundo Eduardo Requião, as medidas adotadas até hoje são direcionadas com propósitos definidos junto ao mercado internacional e ao Estado. "Somos um porto que, hoje, depois dos ajustes para a aceitação do mercado internacional, como fraudes no volume e qualidade de mercadorias aqui embarcadas, temos o respeito e a credibilidade necessárias para um crescimento adequado às necessidades e potencial de nosso País. Nossa maior preocupação é a satisfação do mercado internacional e a integração porto/comunidade e as medidas de logística operacional que adotamos, nem sempre encontram acolhida imediata entre alguns operadores portuários, ou até exportadores. Entretanto, os resultados que colhemos posteriormente acabam dando a certeza de que trilhamos o caminho adequado", comentou.

O superintendente destacou ainda que hoje o Porto de Paranaguá se modernizou e se, em dois anos de sua administração, a receita cambial dobrou, ou seja, pulou de US$ 4,5 bilhões para US$ 8,4 bilhões, com os projetos que estão sendo executados e os previstos, o terminal paranaense será o principal porto do País.

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