Florianópolis (AE) – O Porto de Itajaí (SC) tem garantidos R$ 46,7 milhões do orçamento da União para melhorias no canal do porto (R$ 6 milhões) e nos molhes (R$ 12,7 milhões), dragagem permanente do canal de acesso (R$ 12 milhões) e construção de uma via exclusiva para acesso de caminhões de contêineres ligando a BR-101 ao porto(R$ 16 milhões).
De acordo com o diretor executivo do porto, Marcelo Sales, com isso será possível receber navios de maior porte, reduzir o custo de fretes e o tempo de embarque e desembarque das cargas. A arrendatária Teconvi vai desembolsar outros R$ 3 milhões para construir mais três portões com balança para caminhões e outro berço para atracação, dobrando a capacidade do porto.
Esse conjunto de investimentos é um passo importante para resolver o problema de congestionamento do porto, segundo Sales, e "tentar crescer de forma harmônica", pois o projeto é dobrar o volume de carga em quatro anos. No ano passado, houve muitas queixas de exportadores catarinenses que chegaram a ter encomendas canceladas por atraso na remessa, provocado pelo intenso movimento do terminal.
Outra dificuldade foi a falta de contêineres: "Já melhorou um pouco", afirma Sales, explicando que o aumento grande da movimentação de cargas na China foi a causa do problema.
As exportações pelo Porto de Itajaí movimentaram US$ 3,7 bilhões em 2004, número 25% maior do que o volume registrado no ano anterior, conforme as estatísticas da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Entre os maiores portos do País, Itajaí tem a carga com maior valor agregado.
Enquanto Santos, maior porto da América Latina, teve média de US$ 0,68 por quilo de mercadoria, Itajaí chegou a US$ 1,05. Rio Grande e Paranaguá registraram US$ 0,69 e US$ 0,36, respectivamente. Embora conte no momento com apenas três berços, Itajaí compete em números globais com os 14 berços de Paranaguá (PR) e os 19 de Rio Grande (RS).
O diretor do Porto de Itajaí destaca a importância do acesso direto à BR-101, pois a grande movimentação de contêineres transportados por caminhões causa muito transtorno ao trânsito da cidade e isso poderia piorar muito com o aumento do fluxo de carga planejado para os próximos anos.