O porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros, afirmou nesta quarta-feira, 27, que as obras da linha de transmissão que ligará Manaus (AM) a Boa Vista (RR) serão consideradas de “interesse nacional” a fim de acelerar licenças ambientais e conseguir autorizações indígenas.

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Rêgo Barros afirmou que os indígenas que vivem na região serão “consultados”, mas que “o interesse da soberania nacional tem que ser colocado acima de questões que podem travar o processo”. A obra foi licitada em 2011, mas, dos cerca de 700 quilômetros totais da linha, 123 passam por uma reserva indígena.

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“As questões ambientais serão consideradas, mas estarão num bojo maior, que é da soberania nacional e de levar principalmente ao Estado de Roraima a energia que produzimos no coração do país e evitar que aquele Estado venha a sofrer uma crise”, disse o porta-voz em outro momento.

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Segundo Rêgo Barros, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que as licenças estarão concluídas “num prazo tão curto quanto possível” para que as obras do Linhão de Tucuruí possam começar a partir de 30 de junho. Após terem início, as obras devem durar em torno de três anos, de acordo com o porta-voz. Enquanto isso, Rêgo Barros afirmou que “não há outra solução” e o Brasil continuará dependendo da Venezuela e do acionamento de termelétricas.

“O ministro Ricardo Salles adiantou que as licenças ambientais estarão concluídas em um prazo tão curto quanto for possível para que, segundo informações que recebemos, tenhamos a partir do dia 30 de junho a possibilidade de efetivamente iniciar a obra”, disse o porta-voz. O assunto foi tratado durante reunião do Conselho de Defesa, no Palácio do Planalto, formado por ministros e o presidente Jair Bolsonaro.

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse ao ‘Estado’ que a Advocacia Geral da União (AGU) definirá quais os trâmites jurídicos serão adotados para que o governo leve adiante a construção do linhão que ligará Manaus – Boa Vista, após a obra ser considerada de interesse da defesa e soberania nacional.

“Não é questão de pressa. É necessidade de urgência, na medida que o governo tem ideia exata da necessidade dessa obra para atender a população de Roraima, que tem sido atingida por frequentes apagões, já que a energia consumida pelo Estado vem da Venezuela”, disse o ministro.

“Por isso que se convocou o conselho de Defesa. Para que o tema fosse visto sob a ótica de defesa e segurança nacional, como uma questão estratégica nacional”, declarou, explicando que a AGU, a partir de agora, vai definir quais as consequências jurídicas e processuais desta definição e quais os caminhos a serem seguidos para assegurar a realização da obra”, prosseguiu, informando que a linha de transmissão será construída paralela à rodovia e passará junto à faixa de domínio da rodovia.