Em julho, o porcentual de famílias com dívidas subiu pela primeira vez no ano, alcançando 59,6% ante os 58,6% registrados em junho. Já os que se declaram muito endividados são 13,2%, uma pequena alta em relação aos 13% de junho. Quase um terço dos brasileiros tem dívidas para mais de um ano e 20,5% têm mais da metade da renda comprometida com esses pagamentos.
Os dados estão na Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). De acordo com a CNC, os indicadores de endividamento estão abaixo do observado no mesmo período do ano passado, quando 60,2% das famílias estavam endividadas e 14,6% informavam estar muito comprometidas. Na prática, porém, a evolução do indicador mostra que seis em cada dez famílias continuam com dívidas.
“Apesar do aumento pontual, o indicador permaneceu em patamar inferior ao do ano passado, refletindo ritmo menor de recuperação do consumo das famílias e maior cautela na contratação de novos empréstimos e financiamentos”, diz a economista da CNC Marianne Hanson.
De acordo com a CNC, o menor nível de endividamento e a redução dos juros ajudaram a reduzir os indicadores de inadimplência em relação ao ano passado. No levantamento de julho, o porcentual de famílias com contas em atraso – 23,7% – se manteve estável em relação ao mês anterior. Foi menor, porém, que o verificado em julho de 2017. Na época, 25,5% estavam inadimplentes.
Entre as famílias pesquisadas, 9,4% declararam não ter condições de pagar as contas. É quase a mesmo taxa de junho do ano passado e menos do que os 9,9% que informaram que permaneceriam inadimplentes em julho de 2017.
Os compromissos com cartão de crédito ainda correspondem à maior parte das dívidas das famílias – 77%. O peso é ainda maior para as famílias de renda até dez salários mínimos. Segundo o levantamento, 78,3% dessas famílias estão comprometidas com cartão de crédito ante 75,1% das famílias com renda superior a dez salários mínimos.