A diretora do Departamento de Rating Soberano da agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) para América Latina, Lisa Schineller, afirmou nesta quarta-feira (21) que o ponto mais fraco na avaliação de risco do Brasil é a situação fiscal. Segundo ela, o Brasil tem uma relação dívida/PIB ainda muito elevada na comparação com outros países na mesma categoria de grau de investimento. A S&P elevou o Brasil para grau de investimento no dia 30 de abril.

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Ela defendeu um compromisso de todos os níveis de governo e dos diferentes partidos políticos para se criar as condições para um crescimento econômico mais favorável e em bases mais sustentáveis. "Daqui para a frente, é preciso a manutenção de uma política fiscal forte, com queda da dívida/PIB ainda maior, o que é muito importante para mais uma elevação no rating (nota)", declarou ela, após encontro com o presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP).

Schineller negou que a S&P se precipitou ao conceder o grau de investimento ao Brasil. "Na nossa opinião, o Brasil merece o grau de investimento", sublinhou. Reforçou, contudo, a necessidade de "um compromisso pragmático do governo com as políticas fiscal e monetária para melhorar as perspectivas de crescimento amplo por toda o espectro da economia". Na sua visão isso "é o que dá mais trabalho".

O senador Aloizio Mercadante disse, após o encontro, que recebe, desde 1999, visitas anuais da S&P. Frisou que a S&P é a mais conservadora das agências de classificação de risco e que o Brasil foi o único a ser promovido a grau de investimento pela Standard & Poor’s antes das outras agências. Disse acreditar que as outras agências de rating acompanharão em breve a decisão da S&P.

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Fundo soberano

Lisa Schineller disse hoje que as regras de funcionamento do Fundo Soberano do Brasil (FSB) ainda não são muito claras. "Uma coisa importante é conhecer como vão ser as regras para investimento, transparência e que tipo de ativos o fundo terá. As perguntas já estão abertas", afirmou.

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Segundo ela, os países que têm fundo soberano têm um perfil diferente do Brasil, com superávits nominais persistentes na área fiscal e também em conta corrente. "O Brasil não tem esse superávit, mas, no futuro, quando (os campos petrolíferos) Júpiter e Tupi estiverem funcionando, sem dúvida um fundo de estabilização e de poupança é muito importante para conservar as reservas do País", afirmou. Ela referia-se às recentes descobertas de petróleo na camada pré-sal na Bacia de Santos, pela Petrobras.