O Terminal de Fertilizantes de Paranaguá (Fospar), operado pela empresa Cargill, fechou seu primeiro ano de atividade com o movimento 2,14 milhões de toneladas. O volume superou as expectativas iniciais da empresa operadora, que esperava um movimento máximo de 1,5 milhão de toneladas.
O gerente da Cargill em Paranaguá, José Silvio Gori, atribuiu o desempenho às instalações modernas e a presença de equipamentos específicos para este tipo de mercadorias, que tornaram mais ágeis as operações. “Além disso, a Cargill vem mantendo uma boa parceria com a administração do Porto de Paranaguá, cuja atuação nos garante mais tranqüilidade para novos investimentos” disse Gori.
Cerca de 70% do fertilizante movimentado no Terminal da Fospar são destinados à empresas misturadoras e ensacadoras que se instalaram em torno do Porto de Paranaguá. “O local se consolidou como um pólo de fábricas de fertilizantes”, disse José Gori.
Atualmente o pólo de fertilizantes reúne cerca de 15 empresas que geram 2.500 empregos diretos. “Trata-se de um setor que emprega muita mão-de-obra”, disse o diretor empresarial do Porto de Paranaguá, Lourenço Fregonese. “O terminal da Fospar trouxe agilidade ao desembarque deste produto, tornando Paranaguá um centro de excelência nesta área”, afirmou o diretor.
O Terminal de Fertilizantes, considerado o mais moderno da América do Sul, inclui-se entre a série de investimentos privados realizados em Paranaguá, graças a política adotada pelo Governo do Paraná, para ampliar e modernizar a estrutura portuária do Estado.
Com base na lei federal de privatização dos portos, o Governo do Estado abriu o setor para investimentos privados, mantendo a administração portuária sob controle do Estado. De 1995 para cá, os investimentos feitos pelo Governo e pela iniciativa privada somam R$ 448,415 milhões.
Além da Fospar, empresas privadas implantaram e estão operando o Terminal de Contêiner, o terminal de movimentação de veículos e o terminal de movimentação de açúcar a granel. “Os investimentos garantiram uma transformação no perfil do Porto de Paranaguá”, diz o diretor Fregonese.
Mais agilidade – Com o investimento da Fospar aumentou muito a produtividade nas operações de descarregamento de fertilizantes, o que vem atraindo mais empresas misturadoras para o pool de fábricas já existente ao redor do porto paranaense.
O terminal da Fospar tem capacidade para descarregar de 12.000 a 15.000 toneladas por dia. Esse volume se soma as 8.000 toneladas diárias movimentadas nos dois berços de atracação do cais público.
Segundo Fregonese, a previsão é que neste ano o porto de Paranaguá receba quatro milhões de toneladas de fertilizantes – dois milhões pela Fospar e mais dois milhões nos berços públicos.
O armazém do Terminal de Fertilizantes tem capacidade para estocar 65.000 toneladas de produtos, com a vantagem de movimentar tipos diferentes de fertilizantes, já que possui 12 boxes, que atuam de forma independente. O terminal gera 80 empregos fixos e utiliza mão-de-obra avulsa recrutada junto ao Sindicato dos Estivadores de Paranaguá.
Para o industrial Di Cesar Santiago de Souza, diretor da empresa de fertilizantes Península International, as empresas misturadoras estão animadas com a instalação do terminal da Fospar, que com seus equipamentos modernos, trouxe agilidade no descarregamento de fertilizantes. Ele destaca que a grande vantagem é que as misturadoras estão deixando de pagar elevadas tarifas com as estadias de navios que trazem os fertilizantes.
Ele explicou que quando o descarregamento em Paranaguá era demorado, no período de pico da safra, as empresas pagavam estadias para os navios que ficavam esperando na fila para descarregar.
As taxas de estadia dos navios custam em torno de US$ 7 mil por dia. “É difícil estimar, mas se todas as empresas misturadoras forem somar o que já gastaram com o pagamento de taxas de estadia de navios daria para construir uns três terminais iguais ao da Fospar”, comparou.
Segundo Di Cesar, as empresas instaladas em Paranaguá estão atendendo a demanda gerada no Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo, Santa Catarina e parte do Rio Grande do Sul.
“A agricultura brasileira está crescendo num ritmo entre 3% a 5% ao ano, o que eleva a demanda por fertilizantes”, explica Di Cesar. “É por causa desse potencial que a própria Cargil está ampliando seus investimentos em Paranaguá, em apenas um ano depois que inaugurou seu terminal de fertilizantes”, concluiu Fregonese.
Investimento da Cargil é de US$ 8,5 mi
A Cargill opera no Porto de Paranaguá, com terminais próprios para exportação de grão e farelo de soja, há 35 anos. O terminal de grãos da empresa exporta atualmente em torno de 1,5 milhão de toneladas entre grão e farelo de soja. Está sendo construído um centro administrativo e um silo com capacidade de armazenagem de 45 mil toneladas. Segundo Gori, a empresa vem ampliando seus negócios no Paraná para atender a estrutura que mantém na moagem e comercialização de soja na região Sul do País. .
Nos últimos anos, vêm executando novos projetos de investimentos. A empresa aplicou US$ 22 milhões para implantar o Terminal de Fertilizantes, inaugurado no início do ano passado. Parte dos recursos foi aplicada em tecnologia e emprego de pessoal altamente qualificado.
Neste ano, a Cargill está investindo mais US$ 8,5 milhões em melhorias e ampliações nos seus terminais instalados junto ao porto de paranaense. Desse total, US$ 6 milhões estão sendo aplicados num armazém, para 20.000 toneladas, que vai aumentar a capacidade de mistura e embalagem da fábrica própria de fertilizantes, que a empresa mantém em Paranaguá. Outros US$ 2,5 milhões estão sendo destinados à modernização do terminal de grãos.