Políticos da Alemanha e de outros países da Europa intensificaram a pressão para que a Grécia acelere as reformas estruturais para obter ajuda financeira adicional de seus credores. “Um terceiro pacote de resgate para Atenas só é possível se as reformas forem implementadas. Nós não podemos só enviar dinheiro para lá”, afirmou o ministro da Economia da Alemanha, Sigmar Gabriel, neste domingo, em entrevista ao jornal Bild am Sonntag.
O governo grego, confrontado com a diminuição das reservas de caixa, tem estado em um impasse há meses com seus credores – o resto da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI) – sobre as condições da próxima parcela de um pacote de resgate ? 245 bilhões. A incerteza sobre se a Grécia pode declarar default da sua dívida do setor público em meados deste ano, levando potencialmente a saída do país da zona do euro, tem assustado os investidores e depositantes bancários. Além disso, no primeiro trimestre deste ano, o país entrou novamente em recessão.
Um referendo sobre as reformas que são necessárias, como o proposto pelo primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, “pode acelerar as decisões”, afirmou Gabriel ao jornal quando perguntado se a Grécia ainda podia ser salva. A saída da Grécia da zona do euro seria “extremamente perigosa, não apenas economicamente, mas politicamente”, destacou o ministro alemão. Se o primeiro países deixar a zona do euro, se o bloco fracassar em sua primeira grande crise, “ninguém terá mais confiança na Europa”.
O vice-presidente da Comissão Europeia responsável pelo euro, Valdis Dombrovskis, também pediu para que a Grécia acelere as reformas. “Em algumas áreas, há um progresso, mas a Grécia precisa fazer mais, especialmente na reestruturação das finanças públicas, pensões e mercado de trabalho”, afirmou Dombrovskis ao mesmo jornal.
O governo grego precisa propor em breve uma “lista de reformas crível e abrangente”, ao invés de apenas rejeitar propostas de reforma, acrescentou Dombrovskis. “Cada dia sem acordo torna a situação ainda mais difícil para os cidadãos”, disse ele. Dada a grave situação financeira na Grécia há “toda a razão para se apressar”. Fonte: Dow Jones Newswires.