O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, reafirmou nesta quarta-feira, 18, que o BC trabalha com política monetária que “está e continua vigilante”, cujo o objetivo é levar a inflação para a meta de 4,5% no próximo ano. “Há fatores que indicam ser factível a convergência da inflação para o centro (da meta) em 2016. Quero deixar claro nosso compromisso de convergência da inflação à meta”, comentou Tombini, em palestra realizada pelo banco Goldman Sachs para executivos financeiros, investidores e clientes do banco.
Tombini apontou que o realinhamento de preços relativos, como administrados e câmbio, provocam uma inflação elevada no começo do ano, mas a autoridade monetária acredita que este movimento deverá ficar “circunscrito” basicamente ao primeiro trimestre. Acrescentou que o governo está adotando amplo conjunto de medidas fiscais e parafiscais que visam a convergência da inflação “no horizonte relevante da política monetária”. “Política fiscal consistente contribui para elevar a potência da política monetária”, afirmou.
O presidente do BC avalia que economia está crescendo abaixo do potencial”, sob quaisquer formas que possam aferir qual seria o ritmo de expansão do PIB sem causar pressões excessivas sobre a inflação.
Ele fez um relato da visão da instituição sobre a economia global, que na sua avaliação está em processo de recuperação, porém de forma desigual. E mencionou a queda dos preços das commodities, que tem impactado as economias emergentes, ressaltando que, atualmente, os Estados Unidos continuam sendo a locomotiva da economia mundial.
Para Tombini, o que mais chama a atenção no momento é o fortalecimento do dólar americano. “O ‘dollar index’ valorizou-se 25% nos últimos 12 meses”, disse, destacando que a valorização é um fenômeno global.
Sobre a manutenção do programa de swap cambial (operações equivalentes à venda de dólar no mercado futuro), que deveria se encerrar no final deste mês, o presidente do BC afirmou que uma decisão deve sair “nas próximas semanas”. Ele destacou que o “programa visa oferecer proteção”, para o setor privado, inclusive em momentos de variação do dólar, como ocorreu recentemente. “Estamos tranquilos em relação ao objetivo do programa, que tem tamanho significativo para oferecer proteção”, destacou.