Rio – O economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Edgard Pereira, estima que a política industrial mais agressiva defendida pelo governo, que inclui a indicação de Luciano Coutinho para a presidência do BNDES, deve elevar os investimentos, no Brasil, de 4 a 5 pontos porcentuais até o final do segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2011.
Na avaliação de Pereira, tal aumento da Formação Bruta de Capital Fixo está relacionada com a postura mais vigorosa do Palácio do Planalto de estimular a ampliação da base produtiva das empresas de vários setores, tanto para a produção voltada para o mercado doméstico quanto para exportações. Nesta categoria de companhias ele destaca as produtoras de eletroeletrônico, minerais, papel e celulose e álcool.
Para o economista-chefe do Iedi, a indicação de Luciano Coutinho para ocupar a presidência do BNDES deve consolidar as intenções do governo – manifestadas com a divulgação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) – de elevar a Formação Bruta de Capital Fixo para um patamar próximo de 25% do Produto Interno Bruto, o que daria condições mais favoráveis para o País registrar uma expansão de 5% ao ano sem pressionar a inflação para cima. Na prática, tal aumento dos investimentos deve elevar o PIB potencial da atual faixa de 4% para um patamar de 5%, o que seria oportuno para manter a postura do Banco Central de reduzir gradualmente os juros no médio prazo.
Pereira avaliou também como positiva as preocupações de Coutinho de fazer com que o BNDES incentive as indústrias a se tornarem novamente o carro-chefe do setor produtivo do País. Tal estratégia visa propiciar às empresas do setor a capacidade de agregar valor aos componentes que formam suas mercadorias, o que deve elevar a qualidade dos produtos com o aumento do coeficiente tecnológico de suas peças, o que vai atender melhor a demanda dos consumidores nacionais e incrementar também as receitas que poderão ser obtidas com o avanço das respectivas exportações.