A nova política de reajuste de preços da Petrobras resultou na maior pressão para a inflação da indústria no ano de 2017. Os derivados de petróleo e biocombustíveis saltaram 18,69% na porta de fábrica no ano passado, segundo os dados do Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 30. Os aumentos mais relevantes ocorreram no óleo diesel e óleos combustíveis, gás liquefeito de petróleo, gasolina automotiva e naftas.

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Como resultado, a atividade de refino de petróleo e produtos de álcool respondeu por 1,88 ponto porcentual da taxa de 4,18% registrada pelo IPP no ano de 2017.

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“Os derivados do petróleo estão acompanhando o que está acontecendo com o óleo bruto de petróleo. O Brasil está seguindo os preços internacionais”, explicou Manuel Campos, analista do IPP na Coordenação de Indústria do IBGE.

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Outros segmentos

Além dos aumentos nas refinarias, houve pressão também em 2017 dos segmentos de metalurgia (13,41%), papel e celulose (11,66%) e indústrias extrativas (11,54%). Segundo Campos, as cotações internacionais influenciaram o resultado, uma vez que o câmbio manteve-se comportado. “O dólar teve queda de 1,8% em relação ao real este ano”, citou o pesquisador.

As atividades de metalurgia (0,99 ponto porcentual) e de outros produtos químicos (0,85 ponto porcentual) exerceram as maiores pressões sobre a inflação da indústria em 2017, atrás apenas do impacto do segmento de refino.

Indústria alimentícia

Por outro lado, a indústria alimentícia impediu que o IPP fosse ainda mais elevado. Os preços da atividade de alimentos recuaram 7,29%, o equivalente a uma contribuição de -1,56 ponto porcentual.

“Os alimentos encerraram 2017 com queda de 7,3%. É a primeira vez que isso ocorre em sete anos de série histórica. E o setor alimentar pesa quase 20% (no cálculo do IPP), é o mais pesado de todos”, ressaltou Campos. “Basicamente é efeito safra. Houve uma safra mundial muito boa também, não só no Brasil, especialmente de soja, de arroz”, completou.

Entre as grandes categorias econômicas, houve aumento de 4,26% em bens de capital no ano de 2017 (com influência de 0,36 ponto porcentual sobre o IPP do ano); elevação de 6,53% em bens intermediários (3,64 pontos porcentuais de contribuição); e alta de 0,51% em bens de consumo (0,18 ponto porcentual de influência). Dentro de bens de consumo, o resultado foi influenciado em 0,36 ponto porcentual pelos bens de consumo duráveis e -0,17 ponto porcentual pelos bens de consumo semiduráveis e não duráveis.