Brasília – O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou ontem que a política cambial não vai sofrer mudanças com a saída de Rodrigo Azevedo da diretoria de Política Monetária. ?A diretoria de Política Monetária não define a política cambial, ela executa. A política cambial é definida pelo governo?, disse Meirelles.
O diretor demissionário Rodrigo Azevedo defendeu a política cambial em curso, que tem sido alvo de duras críticas por conta da valorização do real ante o dólar.
Meirelles afirmou também que as políticas do BC continuam normalmente. Segundo ele, especificamente referindo-se ao Comitê de Política Monetária (que decide a taxa Selic – juro básico da economia), o fato de a saída de Azevedo marcar a segunda substituição na ala considerada ortodoxa (conservadora) do banco – a primeira baixa foi a saída de Afonso Beviláqua – não implica em mudança no perfil de atuação da autoridade monetária. ?Não é a mudança de dois diretores que vai alterar o perfil do grupo?, disse.
?A política do Copom é da instituição?, acrescentou Meirelles, lembrando que os votos da diretoria colegiada são individuais, mas respaldados por toda uma metodologia institucional do BC.
Indiciado
O futuro diretor de Política Monetária do Banco Central, Mário Gomes Torós, já foi indiciado e absolvido em processo administrativo no âmbito da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Torós, que atualmente é gestor do Thassos Fundo de Investimento Multimercado, já foi vice-presidente do Santander Banespa, cargo que ocupou até julho de 2006.
Foi quando ocupava esse cargo no banco espanhol que foi indiciado por prática de manipulação de preços, juntamente com outro executivo, Gustavo Adolfo Funcia Murgel (também absolvido ao final do processo), e com as instituições Banco Santander Brasil S.A. e Santander Noroeste DTVM Ltda.