Entidades que representam policiais civis, rodoviários e federais retomaram nesta quarta-feira, 7, a estratégia de fazer um corpo a corpo com membros do governo para tentar acabar com a ideia de extinguir as aposentadorias especiais para a categoria na reforma da Previdência. O grupo esteve no início da tarde de hoje no Ministério da Justiça para tentar uma audiência com o ministro, Alexandre de Moraes. Eles foram informados que Moraes abriria um espaço na agenda para recebê-los às 17 horas.
A principal reclamação dos policiais é que, ao contrário dos PMs e dos bombeiros nos Estados, eles não terão mais direito a se aposentar com condições mais benéficas, após a aprovação da reforma. Pela regra proposta, apenas os agentes que estiverem enquadrados na regra de transição (acima de 50 anos para homens e acima de 45 anos para mulheres) poderão acessar regras mais benéficas, que são: idade mínima de 55 anos e tempo mínimo de contribuição de 20 anos para ter direito à aposentadoria.
“Como vamos ter um agente da PF ou um policial rodoviário federal, aos 65 anos, cumprindo mandados, patrulhando? Não tem a menor condição”, disse Mozart Felix, dirigente da Federação Nacional de Delegados de Polícia Civil (Fendepol). “Como vai colocar gente de 60 anos para trocar tiro?”
Felix disse que hoje eles já se reuniram com deputados e pretendem repetir a estratégia no Palácio do Planalto, para tentar uma agenda com o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, que comandou a elaboração técnica da proposta. A categoria promete também uma paralisações ainda esta semana.
“Polícia envelhecida é crime fortalecido”, disse Eric Seba, diretor da Polícia Civil do DF. “É imperioso para o combate à criminalidade que civis sejam excepcionalizados. Não nos parece razoável que as Forças Armadas, que ficam em estado de preparo, tenham ficado de fora. Nós estamos todos os dias no enfrentamento.”