Com o início do calendário para saque das contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), que beneficiará mais de 2,4 milhões de trabalhadores no Paraná, surge a preocupação em relação à circulação desse dinheiro. No Estado, serão liberados cerca de R$ 3 bilhões, o que pode aumentar o risco de furtos e roubos visando trabalhadores que tenham efetuado o saque nas agências da Caixa Econômica Federal ou lotéricas.
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Por isso, a Polícia Civil recomenda cuidado extra do cidadão quando for efetuar o saque desses valores. A recomendação de cautela redobrada é do delegado titular da Delegacia de Furto e Roubos (DFR), Matheus Laiola, sobretudo em relação à conhecida “saidinha de banco”, modalidade criminosa na qual a vítima é assaltada após sacar o dinheiro.
“Muitas vezes, a pessoa fica tão feliz em receber o dinheiro, ainda mais em tempo de crise financeira no País, que acaba não cuidando da sua segurança, podendo gerar uma imensa frustração ao perder um recurso tão suado para conseguir”, comentou.
Ele explica que o comportamento do cidadão é extremamente importante para ele ser ou não vítima de roubo. “O bandido procura alguém menos preparado e, como diz o ditado: a ocasião faz o ladrão”, alertou.
Suspeitos não seguem padrão
Em relação ao suspeito, o delegado Matheus Laiola diz não haver um estereótipo próprio. “Mas se alguém, por exemplo, sai de uma motocicleta e não tira o capacete, é porque não quer ser reconhecido”, ressaltou.
Mesmo se com toda essa cautela o cidadão for vítima de roubo, a regra é: nunca reagir. “O dinheiro, por mais suado que seja, não é mais importante que a sua vida. Procure manter a calma, não reaja, nem tente fugir. Forneça ao criminoso o que ele quer, diminuindo esse tempo de roubo, essa aflição, essa agonia. Não faça movimentos bruscos, procure alertar os assaltantes sobre os gestos que fará, tenha a consciência, de que, provavelmente, há uma outra pessoa dando cobertura para esse criminoso”, acrescentou Laiola. E, em sendo vítima de roubo, procurar a DFR.
Movimentações online
Além dos casos de “saidinha de banco”, existe também o risco de fraudes eletrônicas. Há relatos de e-mails falsos, comunicando um calendário inexistente para o saque do FGTS e que, ao clicar no arquivo anexado, o usuário acaba tendo seus dados roubados.
A recomendação é desconfiar sempre, tanto de e-mails, como de mensagens SMS, bem como de aplicativos de conversa, principalmente os que vêm com arquivos para abrir. Em caso de dúvida, a pessoa deve procurar os canais oficiais da Caixa Econômica Federal.
Como diminuir os riscos?
Laiola ainda elenca as principais dicas de como diminuir os riscos na hora de sacar o FGTS:
– O cidadão precisa estar sempre alerta e, quando possível, transferir esses valores para outras contas, evitando o saque e, por consequência, sair com o dinheiro em espécie do banco. Essa transferência pode ser feita para qualquer agência bancária e também via internet;
– Não dizer para ninguém que vai sacar o dinheiro;
– Evitar ir sozinho ao banco, especialmente se o cidadão tiver uma idade avançada;
– Não aceitar ajuda de estranhos, estando sempre atento à movimentação de pessoas desconhecidas;
– Evitar sair a pé ou de ônibus. A preferência é sempre usar um carro ou mesmo um táxi. Se optar pelo carro, evitar ficar muito tempo parado ao sair da agência;
– Usar sempre uma bolsa pequena, fechada, na frente do corpo, sem nada nos bolsos, muito menos a carteira com o dinheiro. Evitar contar as cédulas na frente de outras pessoas. Não sair do banco contando o dinheiro.