PMI mostra queda atividade pelo 3.o mês seguido

Apesar de pequena, permanecendo praticamente no terreno da estabilidade, a queda de 0,1 ponto no índice de atividade dos gerentes de compra (PMI) do Brasil, divulgado nesta terça-feira, 01, pelo HSBC, confirma a terceira deterioração mensal consecutiva nas condições operacionais. O indicador que mede as condições do setor industrial no Brasil caiu de 48,8 pontos em maio para 48,7 pontos em junho.

Toda vez que o PMI fica abaixo dos 50 pontos, marca que divide a produção industrial entre alta e queda, é sinal que a atividade fabril no País encontra-se em fase de deterioração. A categoria de bens de investimento continuou a ser a de pior desempenho entre os três subsetores monitorados.

Em junho, a produção dos fabricantes brasileiros se contraiu pelo ritmo mais acentuado em 33 meses. Todos os três grupos de mercado registraram produções mais baixas, com a contração mais rápida sendo observada pelos produtores de bens intermediários.

A redução da produção foi atribuída a uma terceira redução mensal consecutiva nos volumes de pedidos recebidos. Porém, a entrada de novos trabalhos caiu por uma taxa modesta, a mais fraca nesta sequência. “Foram registrados volumes mais baixos de novos pedidos nos subsetores de bens intermediários e de capitais. Os entrevistados da pesquisa relataram uma demanda interna mais fraca, que vincularam parcialmente à Copa do Mundo”, disseram os economistas do HSBC.

Por outro lado, os novos negócios para exportação aumentaram em junho, ainda que marginalmente. Como reflexo das condições contidas da demanda, a quantidade de insumos adquirida pelos fabricantes brasileiros também diminuiu em junho. “Embora tenha sido modesta, a contração na quantidade de compras foi a segunda em 2014. Como resultado, as reservas de matérias-primas e de produtos semiacabados caíram em junho, com os entrevistados relatando iniciativas de liberação de capital de giro”, explica o relatório.

Uma queda acentuada nas reservas de mercadorias das empresas de bens de investimento contrabalançou aumentos de estoque nos subsetores de bens de consumo e de bens intermediários. Os fabricantes brasileiros indicaram que os níveis de funcionários foram reduzidos em junho, estendendo o atual período de cortes de empregos para três meses. No entanto, o ritmo de contração foi modesto e ficou quase inalterado em relação a maio. As evidências destacaram as políticas de contenção de despesas como causa.

Inflação

Apesar de ter se desacelerado desde maio, a inflação de custo dos insumos foi tênue no contexto dos dados históricos do PMI do HSBC. Houve um aumento nos custos de compra, atribuído pelos entrevistados à taxa de câmbio entre o dólar e o real, que resultou em preços mais elevados pagos por matérias-primas importadas.

Os fabricantes brasileiros relataram repasses de custos mais elevados aos clientes, com os preços cobrados tendo aumentando em junho. Porém, a taxa de inflação de preços cobrados foi apenas modesta. Numa análise por subsetor, o aumento mais rápido de tarifas foi registrado na categoria de bens de capital.

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