O índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial do Brasil subiu para 51,2 pontos em outubro, de 50,9 pontos em setembro, informou a IHS Markit nesta quarta-feira, 1º de novembro. Dessa forma, o indicador permanece acima de 50 pontos, que é a fronteira entre a retração e a expansão da atividade.

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Segundo a economista da IHS Markit Pollyana de Lima, esse desempenho anula qualquer dúvida sobre a retomada da atividade. “Os fabricantes brasileiros relataram aumentos adicionais nos volumes de produção e nos de registros de pedidos no início do último trimestre do ano, dissipando qualquer dúvida de que a recuperação observada até agora em 2017 seria temporária”, escreveu em nota à imprensa.

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A novidade deste mês, segundo a instituição, é que o nível de empregos voltou a subir depois de dois anos e meio de queda. “Os postos de trabalho nas fábricas do Brasil cresceram pela primeira vez desde fevereiro de 2015, com o aumento sendo atribuído a novos projetos em fase de preparação”, escreve a IHS Markit em nota.

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O nível de novos trabalhos recebidos pelos fabricantes aumentou pelo oitavo mês consecutivo, mas de forma modesta, refletindo a tendência para volume de produção, diz a instituição. Mas os pedidos do exterior caíram pela primeira vez desde abril.

Com exceção de bens de consumo, os outros dois grupos de mercado monitorados tiveram elevação da produção e de novas encomendas. Assim, os empresários investiram também na aquisição de insumos, depois de terem reduzido as compras em setembro. Em relação aos estoques de produtos e insumos, houve queda pelo 34º mês consecutivo.

Os preços das matérias-primas aumentaram em outubro, conforme relatos de empresários ouvidos pela IHS Markit, principalmente de energia, plásticos, papelão, metais e combustíveis. Dessa forma, os preços de fábrica subiram ainda mais, com a inflação atingindo um pico em 7 meses, segundo a instituição. “Com a demanda se mostrando suficientemente forte, o poder de precificação melhorou em outubro”, avalia Pollyana.

Já em relação à confiança no setor, houve redução, atingindo um recorde de baixa em 19 meses, em virtude especialmente das preocupações com a demanda básica.