PMI industrial sobe para 47,4 em janeiro, maior nível em 11 meses, diz Markit

O índice de atividade dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do Brasil subiu de 45,6 em dezembro para 47,4 em janeiro, informou nesta segunda-feira, 1º de fevereiro, a Markit Economics. Este é o maior nível em 11 meses e “representa mais um distanciamento do menor nível em seis anos e meio atingido em novembro”. Apesar do avanço, o indicador permanece abaixo da marca de 50 pontos, o que indica retração na atividade.

Para o economista sênior Rob Dobson, responsável pelo relatório, o resultado do PMI industrial de janeiro reforça o quadro de “recessão persistente” no setor industrial brasileiro. “Embora os sinais adicionais de diminuição da recessão no início de 2016 sejam um passo na direção certa, a indústria ainda tem muitas perdas a recuperar depois de ter registrado um ‘ano perdido’ em 2015”, afirma. Para ele, no entanto, é improvável que haja retomada em breve devido ao impasse político e ao nível ainda baixo da demanda, “especialmente no mercado interno”.

A Markit destaca que as encomendas e a produção do setor caíram pelo décimo segundo mês consecutivo em janeiro, apesar de o ritmo de retração ter diminuído. “A produção recuou a taxas mais fracas nas três categorias de produção (consumidor, intermediário e investimento)”, diz.

O texto ressalta que a queda nos trabalhos foi determinada pelo mercado doméstico, já que os novos negócios para exportação subiram pelo segundo mês consecutivo. “Apesar de o avanço ter sido brando, foi o mais intenso registrado pela pesquisa em seis anos”, afirma o texto.

O emprego foi outro componente que, apesar do abrandamento do ritmo de queda, registrou mais um decréscimo em janeiro, completando onze meses seguidos de retração. “A capacidade produtiva esteve amplamente alinhada à demanda atual, conforme indicado pela relativa estabilidade dos pedidos em atraso”, observa o relatório.

Se por um lado a desvalorização do real favorece a indústria por impulsionar as exportações, por outro resulta também no aumento de custos dos insumos. Neste ambiente, as persistentes pressões inflacionárias contribuíram para a alta dos preços cobrados devido ao repasse dos custos. “Os preços médios de fábrica cresceram pelo décimo sexto mês consecutivo no início de 2016, com a taxa de aumento ficando entre as mais rápidas indicadas nessa sequência”, afirma o relatório.

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