O índice de atividade dos gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços no Brasil caiu a 39,9 pontos em junho, de 42,5 pontos em maio, na série com ajuste sazonal. Este é o segundo menor nível de toda a série histórica, acima apenas da registrada em março de 2009. Com isso, o índice composto, que leva em conta também o PMI industrial, recuou para 41,0 pontos em junho, de 42,9 em maio. Esta é a retração mais intensa desde março de 2009.

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O indicador, calculado pela consultoria internacional Markit e pelo Banco HSBC, no Brasil, segue uma escala de zero a 100 pontos, sendo que graduações iguais ou maiores que 50 pontos são lidas como expansões do setor. Abaixo desse valor, são consideradas quedas.

Os prestadores de serviços atribuem a queda da atividade do setor à forte retração na entrada de novos negócios. O relatório aponta que entre os motivos para este movimento estão um ambiente econômico difícil e clientes cautelosos. A retração levou o setor a fazer novas demissões em junho, levando o nível de emprego no setor a recuar pelo quarto mês, sendo a segunda retração mais rápida da série histórica, iniciada em março de 2007.

Já os custos de insumo para os empresários dos setores de serviços subiram no ritmo mais forte em seis anos e meio. “As despesas mais elevadas com infraestrutura foram o principal fator de pressão sobre os custos”, diz o relatório. Por outro lado, a inflação dos custos de insumos para a indústria subiu no menor ritmo do ano, o que contribuiu para que o setor privado brasileiro registrasse a menor taxa em oito meses de aumentos, revelando um ambiente pouco propício ao repasse de preços.

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Por outro lado, as perspectivas dos prestadores de serviços para a produção nos próximos 12 meses são otimistas, apesar de ainda estarem abaixo da média das séries. Expectativas de melhores condições econômicas foram o principal motivo por trás deste otimismo. Contudo, alguns entrevistados estão preocupados que taxas de inflação fortes possam dificultar o crescimento da produção”, afirmam o HSBC e a Markit.

A economista da Markit Pollyanna de Lima, que assina o relatório, avalia que é bastante provável que a economia brasileira tenha entrado em recessão técnica no segundo semestre. “As perspectivas para o setor brasileiro de serviços permanecem preocupantes à medida que o segundo semestre se aproxima, com aumentos de preços, taxas de juros altas e demanda tênue tornando difícil de se ver uma luz no fim do túnel”, escreve.

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