O índice de atividade dos gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços no Brasil caiu de 38,6 em março para 37,4 em abril, informou nesta quarta-feira, 4, a Markit. Com a queda, o indicador marca a segunda leitura mais baixa na história da pesquisa. Houve contração acentuada nas seis áreas do setor de serviços.

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Segundo o levantamento, os provedores de serviços atribuíram a queda na produção a uma situação econômica “mais frágil” e a “declínios contínuos nas entradas de novos negócios”. “Abril mostrou um nono declínio mensal consecutivo no volume de negócios pendentes, mas a taxa de redução abrandou-se atingindo o seu ponto mais lento desde janeiro”, escreve a equipe de análise da Markit em comunicado à imprensa.

No texto, a autora do relatório, a economista Pollyanna De Lima, escreve que “o impasse político e as condições econômicas difíceis pressionaram severamente a demanda, com as empresas reduzindo a produção mais uma vez”. “O que é pior: as empresas cortaram empregos como parte das tentativas de redução de custos e para se manter operacionais”, escreve a economista. Em razão disso, ela prevê que o aumento do desemprego agrave ainda mais a demanda doméstica nos próximos meses.

A retração no setor de serviços, observa a economista, aconteceu a despeito de os prestadores terem reduzido em média suas tarifas e de terem sofrido aumentos acentuados de custos. Em comparação, os produtores de mercadorias repassaram parte do aumento adicional nos preços de compra aos seus clientes, “aumentando os preços de fábrica novamente”, diz o comunicado.

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Analisando as expectativas para o futuro, a autora do relatório da Markit afirma que as perspectivas econômicas permanecem sombrias com tanta incerteza no mercado. “É improvável que reformas econômicas façam parte da agenda dos políticos até que o resultado do impeachment chegue a uma conclusão no Senado.”