O PMDB, do presidente Michel Temer, nunca foi um partido de reformas ou de economia de mercado, mas diante do “consenso de fracasso da nova matriz econômica”, a legenda teve que colocar essa pauta na agenda, mesmo dentro de algumas limitações, disse o ex-presidente do Banco Central (BC), Gustavo Franco – hoje estrategista-chefe da gestora Rio Bravo. Segundo ele, houve um casamento de conveniência entre a área política e econômica.

continua após a publicidade

“As reformas foram propostas, mas foram menos contundentes do que poderiam ter sido”, disse Franco em palestra no Congresso Internacional de Mercados Financeiro e de Capitais, organizado pela B3 na cidade de Campos do Jordão (SP). “As ambições já eram limitadas, mas não por conta da área econômica”, afirmou.

continua após a publicidade

O economista disse que, mais do que a pior crise vivida pelo País, essa pode ser a mais “irritante”, já que, segundo ele, foi provocada por uma política econômica errada. “Em 2019 vamos começar tudo isso de novo. Vamos ter que discutir tamanho do Estado, estabilidade do funcionário público. Tudo tem mérito, mas são decisões difíceis”, afirmou. A dúvida, segundo ele, é como o mundo político vai articular com o descompasso econômico.