A partir de domingo e até o dia 7, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), centrais de trabalhadores, pastorais da Igreja Católica, sindicatos e movimentos sociais realizam um plebiscito, em todo País, para saber a opinião da sociedade sobre a adesão do Brasil à Área de Livre Comércio das Américas (Alca), prevista para ser implementada em 2005. Os maiores de 16 anos poderão votar utilizando urnas que serão distribuídas nas paróquias. A previsão é que o resultado do plebiscito seja divulgado no próximo dia 17, em Brasília.
O presidente da CNBB, dom Jayme Chemello, disse que caberá ao sucessor do presidente Fernando Henrique decidir se o resultado da pesquisa popular deve ou não servir de parâmetro para uma futura decisão do governo. ?A preocupação é que haja justiça na criação da Alca. Nós não queremos ser asfixiados pelos Estados Unidos. A preocupação é que a situação não fique pior (para os países mais pobres) do que já está?, afirmou Chemello.
O vice-presidente da CNBB, dom Marcelo Carvalheira, acrescentou: ?Nós estamos do lado dos empobrecidos, pois não podemos esquecer que há 12 milhões de pessoas que passam fome no Brasil. Na Alca, estamos do lado dos países sacrificados?.
Na cédula do plebiscito, o eleitor poderá opinar sobre a questão da Alca e a criação da Base de Alcântara, no Maranhão – atualmente, o Congresso avalia uma proposta do governo que sugere o aluguel de uma área que seria utilizada pelos Estados Unidos para o lançamento de foguetes.
No cabeçalho da cédula, o votante será orientado a escolher uma das três opções: o governo brasileiro deve assinar o tratado da Alca? O governo brasileiro deve continuar com as negociações da Alca? O governo brasileiro deve entregar parte do nosso território, a Base de Alcântara, para os Estados Unidos? No local das votações, serão distribuídos panfletos com informações sobre a Área de Livre Comércio das Américas.