O Plano Nacional de Resíduos Sólidos, que trata da destinação do lixo do País, irá para consulta pública até o dia 21 de junho, segundo afirmou hoje Samyra Crespo, secretária de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambiente. Na consulta pública, serão analisadas as metas propostas pelo governo federal para a redução e a reciclagem de resíduos, além dos mecanismos para a logística reversa de embalagens, lâmpadas e produtos eletrônicos descartados pelos consumidores.
Durante evento realizado hoje na Associação Brasileira de Embalagem (Abre), em São Paulo, a secretária afirmou que o principal desafio para as empresas cumprirem as metas será organizar a logística reversa – recolhimento dos materiais após seu uso pelo consumidor – e absorver esses custos. Outro desafio, avalia Samyra, será diminuir os impactos ambientais. “Se cada empresa tiver o seu sistema de coleta e transporte de recicláveis, o custo final e as emissões de gás carbônico não vão valer a pena. O setor vai ter que descobrir como compartilhar esses sistemas entre as empresas”, avisa.
A secretária também afirmou que serão necessários investimentos das empresas no design das embalagens e na redução dos insumos para produção. Isso significa diminuir espessura das embalagens, aproveitar melhor o espaço para acondicionamento dos produtos e diminuir o uso de matérias-primas, água e energia elétrica para produção.
Em contrapartida, Samyra afirmou que o Ministério do Meio Ambiente está consultando os ministérios da Fazenda e da Indústria sobre a possibilidade de incentivos econômicos e desoneração das cadeias.
Reação
Na avaliação do presidente da Abre, Maurício Groke, o plano de resíduos é positivo. Ele afirma, porém, que o setor espera que as metas de reciclagem das diferentes cadeias de embalagens sejam tratadas de forma proporcional. “Esperamos que não haja desequilíbrio na competitividade entre os setores”, afirmou.
A diretora-executiva da Abre, Luciana Pellegrino, lembra ainda que os índices de reciclagem de vários tipos de embalagens – como alumínio (mais de 90%), papel ondulado (70%), vidro (40%) e garrafas pet (50%) – podem ser considerados satisfatórios. “Alcançamos esses números sem que existisse uma regulamentação oficial. Com a política nacional de resíduos, esses índices devem aumentar”, afirma.