São Paulo, 04 – O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Endrigo Dalcin, considerou “decepcionante” o Plano Agrícola e Pecuário 2016/17 anunciado nesta quarta-feira, 4, pelo governo federal. “Tudo o que nós não queríamos era aumento de juros, o que aconteceu, e aumento de apenas 10% no limite de crédito por CPF”, afirmou Dalcin ao Broadcast Agro, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

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Dentre as propostas que tinham sido entregues pela Aprosoja-MT ao governo estava a de ampliar o limite de crédito por produtor para R$ 2,4 milhões – até então era de R$ 1,2 milhão e passou para R$ 1,32 milhão no novo plano. Segundo Dalcin, dado que o tamanho médio do módulo produtivo em Mato Grosso é de 1 mil a 1,5 mil hectares, o valor proposto no novo plano seria suficiente para financiar pouco mais de 500 hectares. “O produtor vai ter de ir para o mercado pegar recursos com juros livres, fazer troca de produto por grão”, afirmou.

O volume total de recursos anunciado, que passou de R$ 187,7 bilhões no ano passado para R$ 202,8 bilhões, também foi criticado. A entidade havia solicitado R$ 225 bilhões no total, informou Dalcin, considerando o aumento dos custos de produção de uma temporada para outra.

O presidente da Aprosoja também reclamou da elevação das taxas de juros controlados, de 0,75 ponto porcentual, em média. A entidade havia solicitado taxas menores para custeio, 1,25 ponto porcentual abaixo da temporada anterior, e esperava ao menos a manutenção dos níveis praticados até então. “O setor devolve (o volume de recursos empregado na equalização das taxas de juros) rapidamente com empregos, recursos, superávit de balança comercial. Nossa indústria é a céu aberto e o governo precisa coordenar essa economia de forma coerente”, declarou.

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Para Dalcin, um eventual novo governo terá de analisar o plano apresentado hoje e dialogar com o agronegócio. “Já colocamos para o vice-presidente Michel Temer que nós somos a locomotiva da mudança e que o agro daria sua contribuição à economia. Espero que haja sensibilidade para se discutir os pontos do plano.”