Rio – Mais de 70% dos valores estabelecidos como piso salarial em 452 negociações realizadas no ano passado entre entidades de trabalhadores e representantes patronais não ultrapassam 1,5 salário mínimo (R$ 525,00) e pouco mais da metade está localizada na faixa entre 1 e 1,25 salário mínimo – entre R$ 350,00 e R$ 437,50. A constatação é do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos), que divulgou ontem o ?Balanço dos pisos salariais negociados em 2006?.

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 No ano passado, conforme o levantamento, houve maior aproximação entre os valores dos pisos negociados e o do salário mínimo oficial. Em 2004 e 2005, cerca de 25% das informações analisadas correspondiam a até 1,25 salário mínimo e a metade equivalia a até 1,5 salário mínimo.

Para o Dieese, esse comportamento deve ser atribuído à evolução do salário mínimo oficial, sobre o qual têm sido aplicados aumentos reais significativos, que elevaram seu poder de compra em proporção maior do que a verificada entre os pisos salariais. Nos anos de 2005 e 2006, o salário mínimo obteve ganhos de 8,23% e de 13,04% respectivamente, totalizando 22,34% a mais do que a inflação medida pelo INPC no período.

Do total de negociações realizadas no ano passado, 33% registravam, em dezembro, pisos salariais inferiores ao novo valor estipulado para o salário mínimo (R$ 380,00). Destas, 14% têm data-base entre janeiro e abril – ou seja, já negociaram ou estão negociando seus contratos coletivos, provavelmente com reajustes que elevam seus pisos a valores próximos ao do salário mínimo.

Setores

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Entre os setores pesquisados, o de serviços é o que apresenta situação mais favorável – aproximadamente 40% tinham piso superior a 1,5 salário mínimo em 2006. Já o setor rural é o que concentra a maior proporção de pisos mais próximos do mínimo nacional: 9 em cada 10 estão situados entre 1 e 1,25 salário mínimo e apenas um excede este valor.