Praticamente todos os pisos salariais de categorias ligadas à construção civil tiveram reajustes acima da inflação no ano passado, de acordo com o Estudo Setorial da Construção 2011, feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e divulgado hoje.

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Dos 57 pisos registrados no Sistema de Acompanhamento de Salários do Dieese em todo o País, apenas um teve aumento igual à variação do Índice Nacional de Preços Ao Consumidor (INPC). Segundo o estudo, 60% dos pisos obtiveram ganhos reais de até 5% acima da inflação e cerca de 20% receberam aumentos reais acima de 8%. O valor médio do piso foi de R$ 634 em 2010 – o maior foi verificado em São Paulo, R$ 886, e o menor em Sergipe, R$ 510.

Nas negociações salariais do ano passado, de acordo com o estudo, os aumentos reais do setor foram, em geral, superiores aos obtidos pelas mesmas negociações nos dois anos anteriores. Em 2010, cerca de um quarto das negociações obtiveram reajustes com aumentos reais acima de 4%. Em 2008, apenas 4% das negociações alcançaram esse patamar. E, em 2009, nenhuma negociação obteve aumento real.

Rotatividade

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De acordo com o estudo, a geração de empregos no setor aumentou 43,5% no ano passado na comparação com 2009, totalizando 254.178 novos postos de trabalho formais, o melhor saldo da série histórica. Apesar disso, a rotatividade continua elevada na área de construção civil. Foram 2,4 milhões de trabalhadores contratados no ano passado e 2,2 milhões demitidos no mesmo período.

Segundo o Dieese, um dos motivos da rotatividade é a particularidade do processo produtivo. “A duração do tempo de trabalho na construção se dá por contrato temporal ou empreitada, ou seja, o contrato de trabalho desses trabalhadores se encerra assim que termina determinada fase da obra, ou, em alguns casos, os trabalhadores são transferidos para outros canteiros”, afirmou. “O outro motivo, e o principal, é a redução dos custos para a construtora, pois a rotatividade rebaixa o salário dos trabalhadores do setor.”

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A partir de dados coletados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estudo do Dieese lembrou que boa parte dos ocupados na construção civil é formada por empregados por conta própria (39,94%) que, somados aos sem carteira de trabalho assinada (23,11%), demonstravam que o setor tem elevado grau de informalidade. E mais de 4,3 milhões de trabalhadores não tinham nenhum tipo de vínculo empregatício com as empresas nas quais prestavam serviço. Em 2010, a construção cresceu 11,6%, o melhor desempenho dos últimos 24 anos, segundo o estudo.