O rendimento médio de uma tilápia comum de um quilo, capturada em pesque-pague, dá 35% em forma de filé. O restante, composto de cabeça, pele, víscera e carcaça é normalmente descartado. Para o grupo de piscicultores de Rancho Alegre e região, que comprou uma despolpadeira para produção de polpa de tilápia, o aproveitamento médio chega quase a duplicar, com 61% do total do peixe.
A avaliação ocorreu na Piscicultura Aqualina, de propriedade de Nelson Minoru Horiye e Tiaki Nakao Horiye, na comunidade de Água da Figueira no município de Rancho Alegre, na presença de autoridades, lideranças e piscicultores da região norte, coordenada pelo engenheiro de pesca Luiz Eduardo Guimarães de Sá Barreto ?Lula?, da Emater, empresa estadual vinculada à Secretaria da Agricultura.
Segundo Lula, na avaliação foram utilizados peixes de cultivo em viveiros escavados de terra, fornecidos pelos piscicultores Celso Osanai, de Assai; Antônio Délcio, de Cambé e João Carlos Rogério, de Rolândia.
A despolpadeira, com capacidade de processamento de 250 quilos/hora, foi adquirida por um grupo de cinco piscicultores, apoiado pelo governo do Paraná, no valor de R$ 53 mil, através do Programa Paraná 12 Meses. Os piscicultores pretendem colocar a produção de polpa no mercado consumidor, atendendo em especial a demanda de peixe das merendas escolares da região.
Como o mercado consumidor de filé em pesque-pague exige peixes maiores de 500 gramas, o processamento da polpa permite aumentar a oferta de alimento com o mesmo peso do peixe. Aproveita ainda o descarte da carcaça dos pesque-pagues como subproduto da filetagem, processado pela despolpadeira para gerar até 65% de carne reconstituída. ?A maior vantagem é a diferença dada pela máquina ao processar peixes menores, que custam menos e são produzidos em menor tempo, vindo refletir na diminuição dos custos e aumentando a margem de lucratividade do piscicultor?, assegura Lula.
Os restos de tilápia para filé vão para despolpadeira que processa a cabeça, o porquinho e a carcaça. O porquinho, segundo Lula, é o peixe sem cabeça (que pesa cerca de 20% do peixe) e sem vísceras (12%), acompanhado de carne, pele, espinha, ossos e escamas que juntos somam 65% do peixe total. O porquinho rende em média 72%, sobrando de resíduos 28% do peixe total.
O resultado que chamou atenção dos acompanhantes da avaliação foi o aproveitamento da carcaça que chegou em média a 65%. Os resíduos da despolpadeira são também aproveitados como matéria-prima para fabricação de farinha de peixe e ensilado biológico.